Wagner Moura Reflete Sobre Suas Raízes em Entrevista
Na última semana, o renomado ator Wagner Moura compartilhou suas profundas conexões com Salvador, sua cidade natal, em uma entrevista ao site norte-americano Deadline. Com um entusiasmo contagiante, Moura apresentou a cidade que o moldou, destacando a beleza do panorama que seu apartamento oferece, com vista direta para o icônico Farol da Barra.
“Observe esse lugar, cara!” exclamou o artista, revelando o orgulho que sente ao contemplar a paisagem da capital baiana. Essa demonstração de amor pela cidade refletiu o carinho que Moura tem pela cultura e pela história que permeiam cada esquina de Salvador.
Durante a conversa, Moura trouxe à tona a rica tapeçaria cultural de Salvador, enfatizando a forte conexão com a ancestralidade africana. “Esta é a cidade mais negra do mundo fora da África, não é?”, declarou, ressaltando a importância da diversidade e das raízes culturais que formam a identidade da região. A afirmação de Moura destaca um aspecto muitas vezes negligenciado, mas fundamental, da história brasileira.
O ator também sublinhou a singularidade da expressão afro-brasileira em Salvador, com destaque especial para o candomblé, uma religião que floresceu entre os africanos escravizados e que carrega um legado de resistência e força. Essa religião representa não apenas uma crença, mas um símbolo da luta e sobrevivência da cultura afro-brasileira ao longo dos séculos.
A admiração de Moura pela obra do fotógrafo francês Pierre Verger foi outro ponto interessante da entrevista. Verger, que fez de Salvador sua casa por muitos anos, documentou a cultura afro-brasileira de forma magistral, tanto no Brasil como no continente africano. Moura revelou que a presença das fotografias de Verger em seu apartamento é uma constante lembrança da importância da preservação dessa história.
“Ele se envolveu tanto com o candomblé e a cultura afro-brasileira que, mesmo sem acreditar em Deus, se tornou uma figura marcante dentro da religião”, afirmou Moura, evidenciando o impacto que Verger teve na disseminação e valorização da cultura afro-brasileira.
Famoso por sua interpretação de personagens complexos, como o capitão Nascimento em “Tropa de Elite” e Pablo Escobar na série “Narcos”, Wagner Moura usou a plataforma para refletir sobre a resiliência do candomblé perante a adversidade. Em um contexto de repressão e silenciamento, a religião emergiu como um potente símbolo de resistência cultural e social.
Ele lembrou que, no início do século XX, a prática do candomblé enfrentou severas perseguições, com autoridades coloniais e religiosas tentando impor o catolicismo como única fé adequada no Brasil. “Foi um movimento de resistência da cultura negra no Brasil”, observou o ator, enfatizando a importância de reconhecer e celebrar essa luta histórica.
As palavras de Wagner Moura não apenas oferecem uma perspectiva rica sobre a cultura e a resistência afro-brasileira, mas também convocam uma reflexão urgente sobre a continuidade dessa luta nos dias atuais. A força da identidade cultural, refletida na vivência e na espiritualidade de milhões, é uma questão que deve ser reconhecida e valorizada em todas as esferas da sociedade.
Por meio de sua voz e influência, Moura se posiciona como um porta-voz das tradições que moldaram o Brasil. Seu comprometimento em exaltar suas raízes e a cultura da sua terra natal traz à tona a importância vital de se reconhecer e preservar a diversidade cultural, especialmente em um mundo tão dinâmico e em constante transformação.
Com isso, Wagner Moura não apenas reafirma sua conexão com Salvador, mas também convida todos a refletirem sobre suas próprias raízes e a beleza da diversidade que compõe a sociedade brasileira, reforçando que a cultura e a espiritualidade são essenciais para a construção de um futuro mais inclusivo e respeitoso.
Imagem Redação
Postar comentário