Votação sobre ação penal contra deputado resulta em vitória do PL e Centrão sobre a esquerda

Polarização no Plenário: Câmara dos Deputados Suspende Ação Penal contra Gustavo Gayer

Na quarta-feira, 15, a Câmara dos Deputados realizou uma votação que evidenciou mais uma vez a polarização política que permeia o cenário nacional. Com um placar de 268 votos a favor e 167 contra, os deputados decidiram suspender a ação penal que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer, do PL de Goiás. O desfecho dessa votação expõe de maneira clara o alinhamento entre os partidos do Centrão e a base bolsonarista, enquanto partidos de esquerda solidificam suas posições contrárias.

Os votos a favor da suspensão vieram majoritariamente do PL, que votou de forma unânime, assim como o PRD, Novo e Cidadania, que também registraram 100% de apoio à medida. Em contraponto, as principais legendas de oposição, como PT, PSB, PSOL, PCdoB, PV e Rede, se manifestaram de forma unificada contra a suspensão da ação. Entre os partidos do centro político, por sua vez, o União Brasil manteve 39 votos a favor e 11 contrários, enquanto o PP anotou 37 a 4, o Republicanos 35 a 3, o PSD 24 a 5 e o MDB 20 a 11. Essa configuração de votação evidencia uma clara tendência de parte do Centrão em se alinhar ao PL em votações que envolvem parlamentares compostos por ações penais.

A ação penal contra Gayer investiga crimes de calúnia, injúria e difamação praticados contra o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Em um vídeo divulgado nas redes sociais em 2023, Gayer fez uma acusação contundente, chamando o senador de “vagabundo” e insinuando que ele havia “virado as costas para o povo em troca de comissão”, num claro desdém ao apoio que Vanderlan deu à reeleição de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado.

O parecer favorável à suspensão da ação foi apresentado pelo deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR) e aprovado após passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No entanto, a decisão de não ler o texto durante a sessão resultou em protestos por parte da base governista e levantou acusações de falta de transparência no processo. Apesar das contestações, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), manteve os procedimentos e validou a votação.

Conforme estipulado pela Constituição Federal, é permitido ao Congresso sustar ações penais contra parlamentares por crimes cometidos após a diplomação, desde que haja uma maioria absoluta a favor da decisão. A suspensão não apenas interrompe o curso do processo, mas também pausa o prazo de prescrição até o término do mandato do parlamentar.

Este episódio é apenas o segundo do tipo no ano atual. Em maio, a Câmara já havia tomado uma medida similar ao suspender parte de uma ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também no STF. A decisão mais recente corrobora a utilização recorrente dessa prerrogativa em casos que envolvem membros da própria Casa, suscitando preocupações sobre a utilização destes mecanismos para proteção de parlamentares em situações controversas.

Além disso, essa realidade coloca em evidência um cenário em que as divisões partidárias ameaçam o avanço de pautas mais amplas que beneficiariam a sociedade em geral, enquanto se concentram em questões que, a priori, parecem se restringir ao campo da política interna. O alinhamento estratégico de partes do congresso ressalta uma dinâmica que pode acirrar ainda mais os ânimos nas discussões políticas futuras, intensificando a polarização já esperada no panorama eleitoral.

Com essa nova decisão, as tensões políticas se acentuam e prenunciam desafios substanciais para a governabilidade e para a confiança pública nas instituições. Neste contexto, cidadãos e observadores políticos flertam com a necessidade de um debate mais transparente e de ações que busquem garantir a integridade do processo legislativo.

A suspensão da ação penal contra Gustavo Gayer no plenário da Câmara não é apenas uma questão judicial, mas reflete um momento crítico na política brasileira, onde a polarização e as estratégias partidárias prevalecem acima de debates que poderiam contribuir para um ambiente mais coeso e equilibrado.

Imagem Redação

Abilenio Sued

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