Situação Crítica na Saúde de Uiramutã: Falta de Medicamentos e Descaso na Gestão Pública
A situação da saúde pública em Uiramutã, Roraima, se revela alarmante à medida que a comunidade e os representantes locais expressam profunda insatisfação com a gerência dos estoques de medicamentos. A Mesa Diretora da Câmara Municipal, após receber uma série de reclamações da população, decidiu agir e protocolou denúncias formais junto ao Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR), ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público de Roraima (MPRR). Essas reclamações destacam problemas graves, como a presença de medicamentos vencidos e a carência de fármacos essenciais.
Durante uma fiscalização realizada pelos vereadores na Unidade Básica de Saúde José Júlio, foi constatada a assustadora ausência de medicamentos fundamentais. Produtos como dipirona, buscopam, além de antibióticos como amoxicilina e azitromicina, estavam ausentes, dificultando seriamente o acesso da população a tratamentos necessários. Este descaso obriga os cidadãos a enfrentarem a precariedade dos serviços de saúde, privando-os dos cuidados essenciais.
Os parlamentares, após formalizarem suas queixas na Ouvidoria da Câmara Legislativa, observaram um pequeno reabastecimento de alguns medicamentos, mas a realidade permanece preocupante. Uma longa lista de remédios continua em falta nas unidades de saúde, revelando um cenário ainda mais crítico para aqueles que dependem desses tratamentos.
Um levantamento feito pela própria unidade de saúde indicou que, de um total de 135 medicamentos que deveriam estar disponíveis, 74 estavam em falta durante a visita dos vereadores. Essa estatística impressiona e preocupa, pois expõe a vulnerabilidade da população, que não tem garantido o acesso a medicamentos necessários.
Além da carência de fármacos, as investigações revelaram medicamentos com datas de validade muito próximas do vencimento. Um antibiótico entregue recentemente tinha validade até agosto de 2025, o que o torna um risco de inutilização antes mesmo de ser distribuído aos pacientes.
A situação se torna ainda mais crítica ao se considerar os achados no Centro de Distribuição da Secretaria Municipal de Saúde, onde foram identificados estoques de medicamentos vencidos, incluindo substâncias como ampicilina e tobramicina. Esse desperdício é profundamente alarmante, especialmente quando a lista de medicamentos essenciais em falta continua a crescer, comprometendo o atendimento nas unidades de saúde da região.
Adicionalmente, os vereadores levantam questões pertinentes sobre a ineficiência da Secretaria de Saúde, que conta com um contrato ativo para compra de medicamentos e, conforme relatório financeiro, mais de R$ 10 milhões disponíveis em caixa. Apesar desse recurso, a saúde pública continua a enfrentar a escassez de medicamentos, levantando sérias dúvidas sobre a gestão e aplicação desses fundos.
Max Ferreira dos Santos, presidente da Câmara Municipal, destacou a gravidade da situação e exigiu esclarecimentos da Prefeitura. Ele enfatizou que é inaceitável que medicamentos essenciais, como a dipirona, estejam em falta, especialmente diante da disponibilidade financeira do município. “Os recursos existem, mas o que falta é comprometimento com a população que depende do serviço público de saúde. A Prefeitura precisa responder imediatamente e garantir que os medicamentos cheguem a quem realmente precisa”, afirmou.
Enquanto a comunidade aguarda respostas e soluções efetivas por parte das autoridades locais, a situação exige urgência e ação decisiva. A população de Uiramutã merece acesso à saúde digna e medicamentos que salvam vidas, e o descaso não pode ser aceito.
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