Aumento Alarmante da Obesidade em Animais de Estimação: Atenção Redobrada é Necessária
A obesidade em pets já é uma questão crítica, não apenas afetando a saúde dos animais, mas também comprometendo sua qualidade de vida e longevidade. De acordo com uma pesquisa realizada pela Royal Canin e promovida pela Censuswide em oito países, incluindo o Brasil, cerca de 40% dos cães e gatos adultos estão acima do peso ideal. Essa alarmante estatística exige urgência no cuidado com nossos companheiros.
Hábitos de vida sedentários e uma alimentação inadequada são reflexos diretos do cotidiano dos tutores, que muitas vezes se veem atarefados e sem tempo para dedicar a atividades físicas com seus pets. O estudo revelou que 60% dos tutores recorrem a petiscos como uma forma de consolo quando percebem que seus animais estão tristes ou entediados, exacerbando ainda mais o problema da obesidade entre os animais.
Segundo Leonardo Veiga, professor de Medicina Veterinária da UniSociesc, essa rotina corrida pode levar os pets a permanecerem confinados em casa, sem estímulos. Essa falta de movimentação aumenta a predisposição dos animais a ganhar peso, algo que vai muito além de uma questão estética. A obesidade, como afirma Veiga, é uma doença multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura e que demanda prevenção e tratamento adequado para evitar complicações de saúde graves.
O especialista ainda destaca que os efeitos negativos da obesidade se estendem a diversos sistemas corporais. O acúmulo de gordura pode gerar problemas musculares, articulares e até endócrinos, comprometendo a saúde geral do animal. Assim, é vital que os tutores estejam atentos ao bem-estar dos seus pets, fazendo exames periódicos.
Identificar a obesidade em pets pode ser um desafio, já que o excesso de peso nem sempre é visualmente perceptível. Para detectar esse problema, o acompanhamento da condição física do animal é essencial. Veiga recomenda que as costelas do pet devem ser palpáveis, com uma fina camada de gordura, e a linha superior do corpo deve apresentar uma leve curvatura, sem acolchoamento excessivo de tecido adiposo.
Algumas raças de cães, como o beagle, labrador e cocker spaniel, possuem predisposição genética à obesidade, enquanto no caso dos gatos, a maior preocupação está na falta de estímulo para se movimentar. A responsabilidade por manter os pets em forma recai sobre os tutores, que devem estabelecer rotinas de exercícios. Para os gatos, brinquedos interativos são uma alternativa eficaz que pode estimular a atividade física mesmo sem passeios externos.
A alimentação do animal é uma das principais estratégias para prevenir a obesidade. Os tutores devem se atentar às orientações nas embalagens de ração, que indicam a quantidade diária recomendada com base no peso e idade do animal. A recomendação é dividir essa porção em duas ou três refeições diárias, evitando que seja oferecida toda em uma única ocasião.
Quando se trata de petiscos, o cuidado deve ser redobrado. Enquanto frutas como banana e maçã podem ser oferecidas em pequenas quantidades, alimentos gordurosos e o chocolate estão estritamente proibidos, visto que a teobromina presente no chocolate é altamente tóxica para cães e gatos. O mais seguro é optar por petiscos próprios para animais.
O tratamento da obesidade em pets não se difere muito do que ocorre com os humanos: é necessário aliar dieta e exercícios físicos regulares. O acompanhamento veterinário também se torna crucial para traçar um plano de emagrecimento eficaz. Veiga ressalta que os veterinários podem indicar rações específicas, determinar a quantidade correta e monitorar o progresso do animal. Além disso, clínicas de fisioterapia e reabilitação oferecem programas de exercícios adaptados à saúde de cada pet.
Prevenir a obesidade, no entanto, é sempre a melhor abordagem. Pequenas mudanças na rotina, como aumentar gradativamente os passeios com os cães e dedicar breves momentos para brincar com os gatos, podem fazer uma diferença significativa. Mesmo cães que têm acesso a quintais devem ser levados para passear, promovendo a exploração de novos ambientes, o que é benéfico para o bem-estar físico e mental do animal.
Leonardo Veiga enfatiza que a responsabilidade pela saúde dos pets é do tutor, que deve dedicar tempo para brincar, caminhar e oferecer uma alimentação adequada. Essa atenção é o que garante uma vida longa e saudável para os animais de estimação.
É crucial reconhecer que a obesidade em pets não é um problema isolado, mas uma questão de responsabilidade compartilhada. Assim como os humanos, cães e gatos precisam de um equilíbrio entre alimentação e atividade física para manterem-se saudáveis. Cuidar do peso dos pets é um ato de amor e um compromisso que prolonga a vida e a saúde dos nossos companheiros.
Imagem Redação
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