Transformação Sustentável: Wastecraft Revoluciona o Destino de Resíduos Industriais

A busca por soluções sustentáveis na gestão de resíduos da indústria de refino está se tornando cada vez mais urgente. Neste contexto, a Wastecraft se destaca como uma inovadora iniciativa voltada para a transformação de resíduos em produtos de alto valor agregado. Incubada pela Inyaga, a Incubadora de Negócios de Impacto Social e Ambiental da UFRJ, essa startup tem o compromisso de contribuir para um futuro mais verde e sustentável.

A Wastecraft opera como uma empresa de engenharia e consultoria tecnológicas, focando na conversão de resíduos em insumos úteis. Seu escopo de atuação é amplio e abrange a reciclagem química de plásticos, a valorização de resíduos industriais e a intensificação de práticas sustentáveis. O objetivo central é reduzir a dependência de recursos fósseis e mitigar os impactos ambientais, uma proposta cada vez mais necessária na atualidade.

Um dos projetos mais relevantes da Wastecraft concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a reciclagem química de plásticos. Essa abordagem inovadora permite converter resíduos plásticos em produtos químicos, combustíveis e polímeros. Diferente dos métodos tradicionais de reciclagem, que apenas reprocessam o material, a reciclagem química oferece um leque mais amplo de produtos, possibilitando uma ressignificação que pode minimizar a pegada de carbono e aliviar a pressão sobre os recursos fósseis, intensificando a luta contra as mudanças climáticas.

A tecnologia empregada envolve processos como a pirólise e a gaseificação, que visam decompor polímeros a altas temperaturas, variando entre 400°C e 1.200°C, em um ambiente controlado. Embora esses métodos sejam eficazes, os custos elevados e a complexidade de operação ainda representam desafios significativos para a difusão da reciclagem química em larga escala.

Para superar essas dificuldades, a Wastecraft prioriza uma alternativa inovadora: o craqueamento catalítico. Esse processo, que utiliza um catalisador para quebrar polímeros, revela-se mais eficiente em termos de consumo energético e controle de qualidade. Essa estratégia não apenas garante eficácia, mas também viabiliza a aplicação da tecnologia em um contexto mais acessível e sustentável.

À frente da Wastecraft está Giullia Bertrand, doutoranda em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos na UFRJ, responsável pela idealização da startup. A experiência acadêmica de Giullia foi crucial, pois proporcionou os conhecimentos necessários para transformar sua visão em realidade. Ela ressalta a importância do apoio da UFRJ: “A minha empresa nasceu dentro da Universidade, e sua estrutura essencial contribuiu para meu desenvolvimento como empreendedora.”

A essência da Wastecraft está encapsulada em seu slogan: “Do resíduo ao recurso.” A missão da empresa é impulsionar uma economia circular, extraindo o máximo valor dos materiais já utilizados na sociedade. Com isso, busca-se não apenas reduzir os impactos ambientais, mas também converter desafios em oportunidades para um futuro mais sustentável.

A trajetória da Wastecraft é marcada por determinação e colaboração. Giullia e sua equipe, composta por especialistas com formações diversificadas em Engenharia Química, compartilham a visão de levar suas pesquisas dos laboratórios para a sociedade, visando um impacto real. Essa sinergia entre os integrantes é fundamental e potencializa os resultados: “Nós unimos nossas melhores características”, afirma Giullia.

Os projetos em andamento da Wastecraft são variados, desde a reciclagem de diferentes tipos de plásticos até a técnica de rejuvenescimento de catalisadores, que busca restaurar a atividade desses materiais, prolongando sua vida útil e reduzindo o consumo de novos insumos. Com essas iniciativas, a Wastecraft não apenas inova tecnicamente, mas também trabalha diretamente para resolver problemas sociais e ambientais.

Sem um laboratório próprio até o momento, a empresa almeja estabelecer sua infraestrutura independente nos próximos anos, mantendo sua parceria com a UFRJ. Giullia enfatiza a ligação pessoal e profissional que possui com a Universidade: “Eu cresci na UFRJ, e mesmo seguindo o caminho do empreendedorismo, a Universidade continua sendo parte da minha jornada.”

Em um mundo que clama por soluções sustentáveis, a Wastecraft se posiciona como um exemplo notável de como a pesquisa acadêmica pode gerar inovações que impactam positivamente o meio ambiente e a sociedade. A startup reitera a importância da união entre ciência, tecnologia e responsabilidade social, desafiando a indústria convencional a repensar o gerenciamento de resíduos e a investir em um futuro mais limpo e sustentável.

Imagem Redação