Pix: O Sistema Brasileiro Que Revoluciona Pagamentos
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, sobressai-se globalmente em indicadores como o número de transações per capita e o volume movimentado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Insights de um estudo encomendado pela Zetta, que representa empresas de pagamentos digitais, revelam essa impressionante performance.
Em sua análise, o estudo aponta que, no último trimestre de 2024, o Pix superou duas vezes o PIB do Brasil, se destacando em comparação a modelos internacionais consolidados. O sucesso do sistema decorre de decisões estratégicas em governança, políticas públicas e avanços tecnológicos, conforme apontado por um levantamento realizado pelo think tank Labrys em parceria com o Banco Central.
O estudo ressalta a velocidade com que o Pix se expandiu pelo país e seu potencial de integração com serviços financeiros, sociais e públicos. Apenas seis meses após sua introdução, metade da população bancarizada já havia utilizado a ferramenta, refletindo uma adoção surpreendentemente rápida.
Um dos principais fatores que diferenciam o Pix é a sua implementação colaborativa. Embora o Banco Central tenha liderado o processo, o setor privado, especialmente as fintechs, desempenhou um papel crucial na construção e na disseminação do sistema.
“A união do setor público e privado foi vital para agregar conhecimento técnico e desenvolver soluções centradas no usuário, resultando em decisões regulatórias mais eficazes”, afirma uma economista da Zetta, destacando a importância da colaboração nesse contexto.
Atualmente, mais de 95% dos adultos brasileiros e cerca de 84% das empresas têm acesso ao Pix. Entre os pequenos negócios, 97% já aceitam essa forma de pagamento, e quase metade considera o Pix seu principal método de recebimento.
Além disso, o Pix tem impulsionado a digitalização de serviços públicos e facilitado o acesso ao crédito, especialmente para micro e pequenos empreendedores. Desde sua implementação, mais de 20 milhões de brasileiros foram integrados ao sistema financeiro, promovendo uma queda na informalidade e maior inclusão digital.
“Desde seu lançamento, o Pix foi projetado para ser uma plataforma adaptável e extensível. A obrigatoriedade de adesão para grandes instituições, a gratuidade para pessoas físicas e a integração com o Open Finance foram decisivas para seu sucesso. No entanto, seu diferencial está na robustez tecnológica e na governança pública que o apoia”, explica um executivo do Banco Central.
O estudo ainda identifica que elementos como governança pública, interoperabilidade obrigatória e usabilidade são prioridades que devem ser consideradas em projetos de sistemas de pagamentos em todo o mundo.
Outros países, como Índia, Austrália, México e Tailândia, também desenvolveram seus sistemas de pagamentos, mas ainda enfrentam obstáculos para alcançar a escala e o impacto do Pix. Nenhum deles conseguiu replicar a combinação de rápida adoção e inclusão que caracteriza o modelo brasileiro.
Na Índia, por exemplo, a UPI (Unified Payments Interface), lançada em 2016, é o maior sistema em termos absolutos, mas é superada pelo Pix em termos de transações per capita e relevância no PIB.
Na Austrália, o NPP (New Payments Platform), que permite liquidações em tempo real, ainda apresenta um número de transações per capita que chega apenas a 20% do volume registrado pelo Pix.
No México, o CoDi (Cobro Digital) tenta promover a inclusão financeira por meio de pagamentos por QR Code, mas enfrenta dificuldades de adesão tanto entre consumidores quanto comerciantes.
Na Tailândia, o PromptPay obteve uma penetração significativa desde seu lançamento em 2017, mas o crescimento do sistema foi mais lento em comparação ao Pix.
“A infraestrutura do Pix demonstra um impacto real na economia e na vida das pessoas. Este sistema elevado estabeleceu um novo padrão global para os sistemas de pagamentos instantâneos e deve ser considerado por países que buscam promover inclusão, eficiência e inovação na digitalização de seus pagamentos”, conclui a CEO da Labrys.
Imagem Redação.
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