Petrobras Lança Processo para Contratação de Última Plataforma do Campo de Búzios
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira o início do processo de contratação da P-91, a 12ª e última plataforma flutuante (FPSO) programada para ser instalada no Campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. Durante a apresentação da licitação, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da estatal, Renata Baruzzi, evitou especular sobre o valor de investimento, mas ressaltou que a empresa busca “flexibilizações” e simplificações para otimizar custos, diante de um cenário de elevada concorrência, que inclui até mesmo a indústria de data centers.
Renata Baruzzi destacou a crescente dificuldade que a Petrobras enfrenta para adquirir equipamentos essenciais, como turbos-geradores, que são fundamentais para a geração de eletricidade nas plataformas. Em suas conversas com fornecedores, ela ouviu que empresas do setor, como data centers, têm feito pedidos volumosos, o que coloca a Petrobras em uma posição competitiva menos favorável. “Quem vai priorizar uma encomenda pequena frente a um pedido grande?”, indagou.
A complexidade das plataformas flutuantes está diretamente ligada aos custos, que podem atingir bilhões de dólares. A P-91, por exemplo, terá um custo que, segundo informações não oficiais, poderia ser próximo a US$ 1 bilhão. Em um tom descontraído, a diretora se esquivou de dar números concretos, alertando que isso poderia influenciar as propostas dos licitantes. “Quero ver quem fará isso por US$ 1 bilhão!” disse.
Com o lançamento da P-91, a Petrobras reafirma sua determinação em posicionar o Campo de Búzios como o maior produtor de petróleo do Brasil. A expectativa é que a produção atinja 1,8 milhão de barris por dia até 2033. A nova unidade terá uma capacidade inicial de 180 mil barris de petróleo por dia e atuará como um hub de distribuição de gás, podendo produzir até 12 milhões de m³/dia de gás natural.
A unidade também trará inovações em tecnologia e sustentabilidade, prometendo reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Renata Baruzzi mencionou que a P-91 terá uma tripulação menor em comparação a plataformas anteriores, com apenas 180 funcionários.
O modelo de contratação adotado será o “BOT” (Build, Operate, Transfer), o que significa que o fornecedor escolhido será responsável pela construção, operação e manutenção do ativo por um período determinado. Após esse período, a operação será transferida para a Petrobras. Este modelo é visto como vantajoso, pois permite que a estatal mantenha o controle estratégico enquanto impulsiona a eficiência.
Embora o contrato exija 25% de conteúdo local, haverá flexibilidade para o operador designado decidir como este percentual será alocado. Isso pode incluir a compra de equipamentos de fabricantes brasileiros, como a WEG, conhecida por sua excelência em tecnologia de turbinas.
As prazos são apertados e as empresas interessadas terão 180 dias para encaminharem suas propostas. A P-78, recém-chegada ao Campo de Búzios, já está programada para iniciar suas atividades e será a sétima plataforma a atuar no local, com outras quatro FPSOs já encomendadas a caminho.
Importante destacar que a P-91 não está prevista no próximo Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras, que será divulgado até o final do ano. Isso indica que a nova plataforma deverá ser implementada após 2030, embora uma data exata ainda não tenha sido confirmada. Além disso, a Petrobras mantém parcerias com as petroleiras chinesas CNPC e CNOOC para a produção no Campo de Búzios.
O futuro da exploração petrolífera no Brasil depende destas inovações e da capacidade da Petrobras de integrar tecnologias sustentáveis em suas operações. A movimentação para a P-91 é um passo importante, que não apenas visa aumentar a produção de petróleo, mas também busca atender às demandas crescentes do mercado com responsabilidade ambiental.
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Imagem Redação
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