Pátio do Bem-Viver: Um Encontro Transformador para Mulheres do Campo
O projeto “Pátio do Bem-Viver” emerge como uma importante iniciativa voltada ao bem-estar e à valorização do protagonismo das mulheres que trabalham na agricultura. No último sábado, 27 de setembro, foi realizado o primeiro de três encontros planejados, no Sítio Vale Sagrado, na comunidade da Cascata, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. O evento reuniu mais de 100 mulheres, incluindo trabalhadoras rurais, quilombolas e indígenas, além de suas famílias, que se prepararam ao longo do mês para essa experiência significativa.
A iniciativa conta com a colaboração da Embrapa Clima Temperado e é respaldada por recursos oriundos de uma emenda parlamentar da deputada Federal Maria do Rosário (PT). Esse apoio institucional é vital para a execução de um projeto que busca promover a saúde e a integração comunitária, especialmente entre as mulheres do campo.
Foco na Saúde e nas Relações Comunitárias
O principal objetivo do “Pátio do Bem-Viver” é assegurar o descanso e o fortalecimento dos vínculos comunitários entre as participantes. A proposta é inteiramente gratuita e valoriza saberes tradicionais, assim como práticas agroecológicas, entendidas como caminhos para a autonomia e sustentabilidade das mulheres envolvidas.
As organizadoras, Esmeralda Mariana Franco e Mainá Maíra Borges, destacam que o projeto visa ampliar a influência da agroecologia na região, com a crença de que mulheres empoderadas geram impactos positivos em suas famílias e comunidades. “Nosso intuito é criar um espaço que fortaleça a conexão entre as participantes e a agroecologia, promovendo um aprendizado mútuo”, afirmam.
Uma Abordagem Cultural e Transformadora
Inspirado no conceito de “bem-viver”, originário dos povos andinos — “Sumak Kawsay” — o projeto também enfatiza práticas diárias que vão além da agricultura, como saber comer, dançar, meditar e respirar. Mainá Maíra Borges salienta que o encontro não é apenas um momento de saúde e bem-estar, mas também um espaço de resistência cultural. Ele acolhe as mulheres que sustentam as comunidades tradicionais e que lutam pela preservação da vida e dos saberes ancestrais.
O evento promove assim uma troca rica de experiências e aprendizados, fundamentando-se na harmonia e no respeito mútuo das participantes.
Uma Experiência Transformadora
O dia do encontro foi repleto de atividades culturais, terapêuticas e educativas, todas voltadas para aprofundar o entendimento da agroecologia. Para as participantes, esse momento representa uma oportunidade ímpar de convívio e organização. Maria Lúcia, uma das integrantes da comunidade quilombola da Armada, expressou sua satisfação ao dizer que o encontro foi “muito bom” e que ela aprendeu “várias coisas” nas oficinas oferecidas.
Cerenita Rosa da Silva, do MST, ressaltou a importância do projeto para todas as mulheres, afirmando que proporcionou um dia de sintonia e coletividade. Além disso, Moncho Aguilar, que atuou como massagista no evento, enfatizou que as participantes foram alimentadas não apenas com comida, mas com um sentimento de alegria e esperança que as inspira a retornar às suas rotinas cotidianas com uma nova perspectiva.
Oportunidade Rara e Necessária
Para muitas dessas mulheres, encontros como o “Pátio do Bem-Viver” são raros e desejados. A carência de espaços próprios para compartilhar, conversar e ter um dia dedicado a si mesmas torna essa iniciativa ainda mais significativa. Participantes descreveram a experiência como um “sonho que se tornou realidade”, ressaltando o impacto positivo que isso teve, até mesmo nas crianças.
Erica Alberdan Barbosa, assentada no Assentamento Perseverantes na Luta, expressou sua gratidão pela experiência e sua esperança de que o projeto cresça e continue a se desenvolver além dos encontros iniciais.
Garanta Sua Participação!
A participação no “Pátio do Bem-Viver” é gratuita, e as interessadas devem garantir sua inscrição prévia. Embora o transporte fique por conta das participantes ou de coletivos que elas integrem, o programa está agendado para mais dois encontros, que ocorrerão nos dias 18 de outubro e 29 de novembro.
Não perca a oportunidade de ser parte de um movimento que não apenas busca o bem-estar das mulheres do campo, mas também promove uma transformação significativa em suas vidas e comunidades.
Foto: Álvaro Pouey
Imagem Redação
Postar comentário