Encontro Global em Castel Gandolfo Aborda Justiça Climática com Lideranças de Destaque
A partir desta quarta-feira (1°), Castel Gandolfo se tornará o centro das atenções globais ao sediar um importante encontro sobre justiça climática, organizado pelo Papa Leão 14. Personalidades influentes, como Arnold Schwarzenegger e Marina Silva, se reunirão para discutir a relevância da encíclica “Laudato Si’”, que recentemente completou uma década desde sua publicação. O evento se estenderá por três dias e reunirá centenas de fiéis e lideranças engajadas na proteção do meio ambiente.
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, ocorreu um mês antes deste encontro e marcou o fim de um papado que resgatou o papel social da Igreja Católica, dando destaque à defesa ambiental e suas implicações na luta contra a mudança climática resultante da queima de combustíveis fósseis e do uso insustentável do solo.
A encíclica “Laudato Si’”, uma carta abrangente que aborda questões centrais do Vaticano, propõe uma visão integradora da ecologia, afirmando que “não há duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental”. Esse entendimento reforça a necessidade de ação conjunta e imediata para enfrentar os desafios que o planeta enfrenta.
Em uma declaração enérgica realizada no Vaticano, Schwarzenegger, conhecido por seu papel icônico em “Exterminador do Futuro”, deixou claro: “Cada um dos 1,4 bilhão de católicos pode ser um defensor do meio ambiente e nos ajudar a exterminar a poluição.” O ex-governador da Califórnia destacou a importância de envolver a Igreja Católica na luta ambiental, apontando para a necessidade urgente de reconhecimento e ação coletiva.
Embora Schwarzenegger tenha uma filiação religiosa e política distinta, ele se posiciona como um forte defensor das causas ambientais. Durante seu mandato como governador da Califórnia, ele foi responsável pela implementação de legislações ambientais proativas, demonstrando a urgência da questão em um contexto global, especialmente dado o atual cenário político da sua nação de adoção, que enfrenta um retrocesso significativo em termos de política ambiental.
A situação se agrava com a segunda retirada dos EUA do Acordo de Paris sob a administração anterior, levando a um retrocesso histórico em políticas de climáticas. Essa realidade reforça ainda mais a necessidade de um chamado à ação, corroborado por figuras como Schwarzenegger e Marina Silva.
Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, se unirá a uma delegação brasileira de destaque que inclui representantes de comunidades indígenas e ambientalistas, destacando a diversidade de vozes que clamam por ação urgente diante da crise climática. Entre eles está Frederico Assis, enviado da COP30 para combater a desinformação relacionada ao tema.
O Papa Leão 14, que se tornou o primeiro americano a ocupar o papado, está alinhado ao legado do Papa Francisco, que promoveu iniciativas públicas e sustentáveis. Recentemente, Leão 14 inaugurou um centro de treinamento ecológico em uma área adjacente à residência de verão do Vaticano, superando desafios ambientais com um projeto que abrange 55 hectares, incluindo espaços para educação e formação profissional.
“Se nós, o menor Estado-nação do mundo, conseguimos fazer isso, qual é o potencial dos outros Estados que são maiores do que nós?”, provocou Manuel Dorantes, o padre americano que estará à frente do centro de treinamento. Essa mensagem ecoa a necessidade de responsabilidades coletivas em torno da questão climática.
Recentemente, Leão 14 também aprovou um rito inédito, permitindo que sacerdotes celebrem missas que incentivem os católicos a cuidarem do planeta. A educação ambiental parece estar se consolidando como uma das principais características do novo papado, um passo significativo que recebeu elogios de líderes globais, como o ministro de Mudanças Climáticas de Tuvalu, Maina Taila.
“Já estamos nos afogando. Nossa sobrevivência depende da solidariedade global urgente”, enfatizou Taila, membro de uma nação que tem sido gravemente afetada pelo aumento do nível dos mares. Sua declaração encapsula o momento decisivo em que nos encontramos, chamando atenção para a urgência da ação conjunta e solidária em face de uma crise climática que não pode mais ser ignorada.
O encontro em Castel Gandolfo representa não apenas uma oportunidade para diálogo, mas um apelo a todos para que se unam na luta pela justiça climática. A ação é necessária e a hora é agora.
Imagem Redação
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