Após a decisão histórica de ontem (4) que resultou na prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, a oposição foi a campo no Congresso Nacional hoje (5). Os parlamentares tomaram as mesas diretoras do Senado e da Câmara, demonstrando determinação e unidade em um momento de grande tensão política.
A mobilização tem um objetivo claro: os senadores e deputados exigem que as presidências das casas legislativas cancelem a sessão agendada ou aceitem tratar a anistia geral para os condenados por tentativa de golpe. Além disso, pleiteiam o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em coletiva de imprensa, em frente ao Congresso, a oposição expressou sua insatisfação com a decisão de Moraes. A tensão cresce, evidenciando a divisão política que permeia o país.
Flávio Bolsonaro, senador por São Paulo e filho do ex-presidente, destacou que as exigências da oposição buscam “pacificar” o Brasil e restaurar a estabilidade política.
Flávio enfatizou: “A primeira medida que propomos neste pacote de paz é o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que não demonstra ter a capacidade de representar a mais alta Corte do nosso país”, disse o parlamentar durante seu pronunciamento.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), fez um apelo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que coloque em pauta o impeachment de Moraes. “Estamos obstruindo as sessões. Já temos cinco senadores ocupando a mesa. Essa é uma medida drástica, mas não conseguimos dialogar com Davi Alcolumbre há mais de 15 dias”, declarou.
Além das demandas por anistia e impeachment, a oposição deseja discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado. Dessa forma, o ex-presidente Bolsonaro seria julgado pela primeira instância, e não mais pelo STF. Apesar de falarem em medidas para “pacificar” o país, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL, declarou que o grupo se apresenta para a luta: “Não haverá paz sem um discurso de conciliação”, afirmou.
Até o fechamento desta matéria, nem Motta nem Alcolumbre se pronunciaram sobre a ação da oposição.
Câmara
Na Câmara, o vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ), prometeu pautar o projeto de anistia caso o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausente. “Assim que eu assumir a presidência, a anistia será pautada. Precisamos encontrar uma forma de pacificar o país”, declarou.
Entenda o caso
A oposição luta para barrar o processo no STF, alegando que as investigações por tentativa de golpe são uma forma de perseguição política. Além disso, Jair Bolsonaro enfrenta investigações por sua atuação junto ao governo dos EUA, em um inquérito que investiga medidas de retaliação aos ministros do STF relacionadas a sua derrota nas eleições. Noticiou-se que ele pressionou militares para suspender o processo eleitoral.
A Polícia está investigando denúncias de planos para matar e prender autoridades públicas. Bolsonaro nega todas as acusações. Ademais, seu filho Eduardo solicitou licença do cargo de deputado e se encontra nos EUA, defendendo sanções contra ministros do STF.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu uma nova investigação para investigar tentativas de obstrução do processo contra Eduardo e Jair. O Supremo já impôs restrições ao uso das redes sociais por Bolsonaro, que acabou descumprindo essa ordem, resultando em sua prisão domiciliar.
Imagem Redação
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