Greve dos Servidores do Meio Ambiente em Minas Gerais Persiste com Demandas Não Atendidas
A greve dos servidores do Meio Ambiente de Minas Gerais se estende, sem previsão de término, após uma rodada de negociações com o governo estadual que não resultou em consenso. Desde o dia 1º de setembro, os trabalhadores lutam por suas reivindicações, mas as conversas realizadas nesta segunda-feira (6) não avançaram.
Os servidores, insatisfeitos com as respostas recebidas, estão exigindo ações concretas, como a realização de um concurso público, reajuste salarial e o pagamento de adicionais relacionados a condições insalubres e perigosas. Até o momento, a única proposta apresentada pelo governo foi a realização de um concurso, o que deixouo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente (Sindsema), Wallace Alves de Oliveira Silva, desapontado. Ele descreveu a falta de resultados como frustrante e advertiu que a greve deve continuar.
“A conversa foi infrutífera e deixou os trabalhadores ainda mais indignados. Vamos nos reunir novamente na quarta-feira (8) para planejar os próximos passos. É evidente que a insatisfação é intensa e não estamos dispostos a encerrar a greve sem respostas adequadas”, afirmou Silva, destacando o descontentamento com o tratamento do Estado.
Outros pontos cruciais discutidos, como a recomposição das perdas salariais devido à inflação, também não tiveram progresso. Durante a reunião, as secretárias Marília Carvalho de Melo (Meio Ambiente) e Silvia Listgarten (Planejamento e Gestão) compuseram a mesa, mas a informação de que os servidores enfrentam uma queda salarial de 82% ao longo dos últimos anos agravou a frustração. “As conversas para aumentos salariais estão sendo ignoradas, o que é inaceitável para a nossa categoria”, enfatizou o presidente do Sindsema.
Enquanto a greve continua, a atuação em fiscalizações ambientais e no combate a incêndios florestais permanece em funcionamento. Contudo, é importante ressaltar que processos essenciais como o licenciamento ambiental e a análise de concessões de água estão enfrentando atrasos significativos. Silva advertiu que a paralisia dos licenças impacta diretamente a capacidade de operação de diversas indústrias.
Em resposta a esta situação, o governo de Minas Gerais divulgou uma nota informando que o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) reconhece a importância do trabalho dos servidores e mantém um canal de diálogo aberto para discutir as demandas, dentro das possibilidades financeiras e legais. As secretarias de Planejamento e Gestão, assim como a de Meio Ambiente, continuam avaliando as solicitações da categoria, embora os servidores demandem ações mais efetivas e urgentes.
A expectativa é de que novas mobilizações aconteçam e que a pressão sobre o governo aumente, forçando uma resposta mais clara e objetiva para as demandas legítimas dos trabalhadores do Meio Ambiente em Minas Gerais. A insatisfação crescente pode estar prestes a desencadear novas ações que visem garantir os direitos e a valorização dessa classe fundamental para a conservação ambiental e gestão de recursos naturais.
Imagem Redação
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