Surto de Intoxicação por Metanol: Brasil Registra Aumento de Casos

O Ministério da Saúde anunciou uma atualização alarmante sobre os casos de intoxicação por metanol no Brasil, totalizando 195 ocorrências de ingestão de bebidas adulteradas. Esses dados foram reportados pelo governo federal a partir das informações coletadas junto aos estados, revelando um cenário crítico que exige atenção imediata da população.

Neste último sábado, o Rio Grande do Sul, o Rio de Janeiro e o Piauí foram os mais recentes estados a notificar casos em investigação. Ao todo, o Brasil possui 14 casos confirmados e 181 sob investigação. Destes, 162 estão concentrados em São Paulo, onde 14 foram confirmados e 148 estão em análise.

Entre o total de notificados, 13 mortes foram reportadas, mas apenas uma delas foi confirmada, ocorrida em São Paulo. As demais 12 mortes estão sendo investigadas, com registros em estados como Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul. As informações foram coletadas até as 16h do último sábado pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.

Compra de Antídotos Essenciais

Como forma de combater essa situação emergencial, o Ministério da Saúde informou a aquisição de 2.500 doses de fomepizol, um antídoto crucial no tratamento de intoxicações por metanol, substância encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas. A confirmação da compra foi feita pelo ministro Alexandre Padilha, durante uma visita a Teresina, capital do Piauí.

O fomepizol é um medicamento reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como essencial e deve ser administrado em ambiente hospitalar, uma vez que não é indicado para grávidas, lactantes ou pacientes com doenças renais. O Brasil não produz esse antídoto, e a aquisição foi realizada com um fornecedor no Japão, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde para facilitar a importação.

Além do fomepizol, o governo também possui 4 mil unidades de etanol farmacêutico, que também é utilizado em casos de intoxicação por metanol. Na próxima semana, espera-se receber mais 12 mil ampolas de um laboratório nacional, além de negociações para a compra de outras 60 mil doses.

Investigação e Apreensão de Bebidas

O ministro Padilha ressaltou que, a partir da próxima semana, o Brasil contará com dois tipos de tratamento para a intoxicação por metanol. A Polícia Civil está investigando com afinco a possibilidade de que fábricas clandestinas tenham utilizado metanol para higienizar garrafas de bebidas destiladas. Estas embalagens, muitas vezes vazias e falsificadas, aparentemente foram desinfetadas com a substância antes do envasamento, resultando na contaminação.

Desde o início da semana, mais de 60 mil garrafas suspeitas de adulteração foram apreendidas em São Paulo. Parte desse material já foi encaminhada ao Instituto de Criminalística, que estabeleceu uma força-tarefa para acelerar as análises e responder a essa emergência sanitária.

Resultados em Andamento

A Polícia Federal planeja divulgar na próxima semana os primeiros resultados dos laudos sobre os casos de intoxicação por metanol em bebidas. O diretor do Instituto Nacional de Criminalística, Carlos Eduardo Palhares Machado, afirmou que os exames serão capazes de identificar o tipo de substância utilizada e o grau de contaminação das bebidas.

Até o momento, o boletim mais recente do Ministério da Saúde registrou 127 notificações de intoxicação por metanol, incluindo 11 casos confirmados em laboratório. As 12 mortes sob investigação incluem uma confirmada em São Paulo, com as outras em análise em Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.

Ação Necessária

A situação é gravíssima e requer a plena atenção da população e das autoridades. O aumento de casos de intoxicação por metanol é um alerta para os consumidores, que devem estar vigilantes em relação ao que estão consumindo. Com a colaboração entre órgãos de saúde e segurança, espera-se que medidas eficazes sejam implementadas para conter essa onda de intoxicações e salvar vidas.

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