Lula cobra soluções para financiamento habitacional em meio a saques
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um chamado nesta sexta-feira (1°) pedindo que sua equipe de governo e o Banco Central busquem alternativas criativas de financiamento para o setor imobiliário. A situação se torna urgente, com saques significativos da caderneta de poupança, que historicamente tem sido a principal fonte de recursos para crédito habitacional no Brasil.
Para Lula, essa abordagem é fundamental para estimular novas contratações, especialmente para a classe média, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida. “Estamos focados em criar um programa habitacional que atenda não apenas os mais carentes, mas também aqueles que ganham até R$ 12 mil mensais. Esta é uma questão de justiça social”, afirmou o presidente durante a cerimônia de entrega de novas casas.
O presidente deu um prazo claro: “Fizemos uma reunião em junho, e pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. Agora, já estamos em agosto e espero respostas rápidas da equipe envolvida”, cobrou Lula, citando ministros e diretores que devem agir com agilidade.
Diante de um cenário preocupante, Lula ressaltou que, até 2025, a caderneta de poupança registrou um resgate líquido de nada menos que R$ 49,6 bilhões, refletindo um movimento que precisa ser invertido para garantir recursos ao financiamento habitacional.
A caderneta teve um leve alívio em junho, com uma entrada líquida de R$ 2,1 bilhões, mas esse é o segundo mês consecutivo de crescimento, após um início de ano marcado por saques. Esse panorama deve ser monitorado de perto, já que a Selic elevada faz com que investimentos mais rentáveis sejam mais atrativos.
Propostas para fortalecer o setor
O ministro das Cidades, Jader Filho, apontou que uma das propostas em discussão é a liberação dos depósitos compulsórios da poupança, que atualmente obriga os bancos a reter 20% dos depósitos. A ideia é reduzir esse percentual, liberando mais recursos para o crédito imobiliário.
“Precisamos garantir que 80% dos recursos sejam exclusivamente direcionados para contratos de habitação, limitando a taxa de juros. Essa é uma condição essencial para que possamos avançar”, destacou Jader Filho em reunião com o presidente do Banco Central.
Lula e Jader concordaram que os recursos devem ser focados na habitação e não desviados para outros tipos de investimento, como a construção de shopping centers.
Novas moradias e dignidade
Na mesma cerimônia de entrega, Lula celebrou a entrega simultânea de 1.876 novas casas do Minha Casa, Minha Vida em seis cidades das regiões Norte e Nordeste. As entregas ocorreram em localidades como Pojuca e Paulo Afonso, na Bahia, e Teresina, no Piauí, entre outras.
“As novas habitações refletem um compromisso com a dignidade das pessoas. Um lar deve ser cercado de escolas, comércio e serviços públicos. É essencial que as mulheres possam trabalhar sabendo que suas crianças estão em boas mãos”, enfatizou Lula.
“O valor da casa para um pobre vai além do financeiro; é uma questão de segurança e dignidade. Portanto, nossa responsabilidade é garantir que a Caixa Econômica Federal atue intensamente na liberação de recursos para a construção”, finalizou Lula, reforçando a urgência de mais ações no setor habitacional.
Imagem Redação
Postar comentário