Júri marca condenação em caso de duplo homicídio em Xaxim
Na manhã ensolarada de quinta-feira, 2 de novembro, o Fórum da Comarca de Xaxim foi palco de um intenso júri que buscou justiça por um chocante duplo homicídio e uma tentativa de homicídio ocorridos em 20 de dezembro. O terrível incidente se desenrolou em um condomínio do Bairro Chagas, quando, sob a luz de um dia comum, a violência irrompeu inesperadamente.
Durante a fatídica noite, as vítimas estavam em um apartamento, desfrutando de momentos com familiares. Infelizmente, a tranquilidade foi abruptamente interrompida por batidas na porta. Ao abrir, a proprietária, que estava grávida, foi surpreendida por dois indivíduos — um maior de idade e um menor — que invadiram o espaço, colocando em grave risco a vida de todos ali presentes: duas mulheres e uma menina de apenas 4 anos.
A primeira vítima a ser atingida foi a grávida, que sofreu disparos na região da cabeça. Sua prima, que se encontrava no sofá, também foi brutalmente atingida, enquanto a pequena, distraída assistindo à TV, recebeu um tiro no pescoço. A cena do crime era de desespero e pânico, evidenciada pelo grito de socorro de uma inocente criança.
Com coragem impressionante, a menina, mesmo ferida e sangrando, conseguiu subir até o andar superior, onde residia sua madrinha. Bateu à porta e pediu ajuda, um ato que salvou sua vida, embora sua condição fosse crítica. Ambas as feridas foram imediatamente levadas ao Hospital Frei Bruno de Xaxim, onde o atendimento médico foi ágil e decisivo.
Infelizmente, apesar dos esforços da equipe médica, uma das mulheres não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. A menina, que entrou em parada cardiorrespiratória, foi estabilizada, mas a situação piorou e, após dias de internação em UTI, ela também faleceu, deixando uma tragédia ainda mais profunda.
Durante o júri, revelou-se que a única sobrevivente da tragédia vive com uma bala alojada na cabeça, carregando não apenas as marcas físicas, mas também o trauma emocional daquela noite horrenda. A dor e o sofrimento de quem passou por essa experiência são inomináveis.
Cerca de quatro horas após o homicídio, um incêndio foi registrado em outro bloco do mesmo condomínio, embora tenha sido controlado rapidamente. As autoridades se mobilizaram para identificar e capturar os responsáveis pelo crime. O menor envolvido já havia sido julgado e estava cumprindo medida socioeducativa quando o maior, aguardando julgamento, foi preso.
O júri realizado no dia 2 de novembro, que começou por volta das 9h30 e se estendeu até as 15h, teve como foco os crimes de homicídio qualificado, uma tentativa de homicídio e corrupção de menor. O corpo de jurados, sensível à gravidade dos atos cometidos, acolheu as teses apresentadas pelo Ministério Público, resultando na condenação do réu a uma pena de 63 anos de reclusão em regime fechado.
Essa condenação traz um alívio parcial para a sociedade e para as famílias afetadas, mas a dor e a perda permanecem na memória de todos que viveram aquele dia fatídico. A busca por justiça e a proteção de nossas comunidades são responsabilidades coletivas que demandam constante vigilância e ações efetivas.
A tragédia de Xaxim é um alerta sobre a violência que ainda persiste em várias formas em nossa sociedade, destacando a urgência em debater e promover políticas de segurança eficazes, além de fortalecer os laços de apoio àqueles que ainda enfrentam as consequências de eventos tão tristes e desoladores.
Imagem Redação
Postar comentário