Conselho Municipal de Saúde Aprova Relatório, Mas População Continua Insatisfeita com a Saúde Municipal
O Conselho Municipal de Saúde deu um passo importante ao aprovar, por unanimidade, a prestação de contas da Secretaria da Saúde referente ao segundo quadrimestre de 2025. Entretanto, o vereador João Viana, do partido Cidadania, levantou preocupações sérias sobre a discrepância entre os dados apresentados e a realidade vivenciada pelos usuários do sistema de saúde municipal.
Na reunião realizada na última terça-feira (30), no plenarinho da Câmara Municipal, foram expostos investimentos que ultrapassaram a marca de R$ 1,051 bilhão até agosto deste ano. No entanto, Viana destacou que, apesar dos números parecerem promissores, a percepção popular é de insatisfação com os serviços de saúde. “Respeito profundamente o trabalho do Conselho de Saúde, pois suas ações são cruciais para democratizar a gestão pública. Contudo, a minha preocupação primordial é entender se a população realmente aprova a saúde no município”, afirmou o vereador.
As preocupações de João Viana surgem apoiadas em relatos que chegam diariamente por meio de mensagens e registros enviados ao canal Habla SBC, responsável por monitorar as dificuldades enfrentadas pela comunidade local. As principais queixas giram em torno da dificuldade em agendar consultas com especialistas, as demoras na realização de exames, a superlotação dos leitos hospitalares, a deficiência de equipamentos necessários e as dificuldades no transporte de pacientes que possuem doenças crônicas. “A escassez de medicamentos é uma realidade alarmante. O que realmente importa é saber se a população está satisfeita, e pelo que tenho ouvido, a resposta é inequívoca: a insatisfação é evidente”, alertou Viana.
Os dados apresentados pela Secretaria, como a cobertura de 100% da vacina BCG entre recém-nascidos, 94.473 atendimentos de urgência e emergência, além de quase 15 mil chamadas atendidas pelo SAMU, não foram suficientes para abafar a sensação de abandono relatada pelos cidadãos. Mesmo com índices positivos e um aumento de 80% nas consultas médicas hospitalares, resultado do fluxo de atendimento do Hospital de Urgência, a avaliação do público em geral continua negativa.
Esse panorama revela uma urgência em repensar a estratégia da administração municipal em relação à saúde. A diferença entre os números apresentados e a realidade de quem utiliza os serviços é um sinal claro de que ajustes precisam ser feitos. Numa época em que a saúde pública deveria ser uma prioridade inquestionável, é imprescindível que a administração escute e atue em resposta às queixas dos cidadãos.
A grande questão que paira sobre o sistema de saúde municipal é o que fará a administração para melhorar essa percepção negativa. O aumento de investimentos é um passo, mas, para que a população sinta os efeitos positivos, é necessário ir além dos números e plaquetas.
Com essa situação, a confiança da população na gestão da saúde pode ser profundamente abalada, o que requer uma ação imediata. O momento exige um olhar sensível às demandas da população, combinado com um compromisso real em proporcionar serviços de saúde que atendam às necessidades de todos.
É um chamado à responsabilidade não apenas para o Conselho Municipal de Saúde e a Secretaria, mas para todo o corpo administrativo que deve ter a prontidão de agir e realizar uma reavaliação de suas estratégias. O que está em jogo é não apenas a saúde física, mas o bem-estar da comunidade como um todo.
Em suma, enquanto os números oficiais podem demonstrar avanços, é a voz da população que deve ser o verdadeiro termômetro da eficácia dos serviços prestados. Uma resposta a essa insatisfação não pode demorar — a saúde da comunidade pede urgência e ação contundente.
Imagem Redação
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