Crise no Mercado: Ibovespa Sob Pressão Após Recorde Histórico
O Ibovespa, atualmente situado em 135 mil pontos, enfrenta um cenário de correção de 5% em relação ao recorde de 141 mil pontos alcançado no início de julho. Segundo Felipe Moura, gestor de portfólio e sócio da Finacap Investimentos, a recente entrada de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira foi promissora, mas a dinâmica virou, com uma série de saídas nas últimas semanas, resultando em uma diminuição do fluxo externo que afecta negativamente as cotações.
Incertezas e Constrangimentos: A Questão do IOF
Moura também alerta para a interferência causada por incertezas relacionadas a tarifas e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Embora esses fatores não alterem a estrutura fundamental que ainda favorece ações a longo prazo, a expectativa é que haja uma redução nas taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. A Receita Federal confirmou que não haverá cobrança retroativa do IOF para instituições financeiras, após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. Essa informação, embora leve, ajudou a estabilizar o Ibovespa no terreno positivo.
Insegurança Jurídica Afeta Clima de Negócios
O sócio da AVG Capital, Lucas Almeida, destacou que a potencial retroatividade do IOF criava um clima de insegurança jurídica, elevando o risco em relação à política fiscal vigente e impactando os prêmios do mercado. Desde a máxima histórica alcançada em 4 de julho, o Ibovespa tem enfrentado pressões constantes. A crescente volatilidade é um indicativo da deterioração do ambiente institucional e fiscal que circunda essas decisões.
Tempestade Perfeita: Tarifas e Fluxo de Investimentos
Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, identificou que os principais desafios do mercado incluem tarifas do governo americano e os movimentos da Selic. Com a ausência de uma agenda de dados domésticos relevante, o foco do mercado permaneceu nas repercussões da decisão de Moraes sobre o IOF e nas implicações mais amplas das tarifas internacionais.
O Caminho Certo: Fundamentação Legal e Princípios Fiscais
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, considera que a decisão do STF foi acertada diante da falta de um consenso entre o Congresso e o Executivo. Ele sublinhou que a Constituição resguarda ao Executivo a prerrogativa de alterar as alíquotas do IOF para fins regulatórios. Essa decisão, embora traga implicações para a arrecadação, pode ser benéfica para que o governo cumpra suas metas fiscais em 2023, ao eliminar uma alíquota que não existia anteriormente.
Imagem Redação.
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