Expectativas de Diálogo Bilateral Marcam Viagem de Haddad aos EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta terça-feira, sua viagem aos Estados Unidos para participar da reunião do G20, Banco Mundial e FMI, programada entre os dias 13 e 18 de outubro. Durante esse período, ele expressou esperança de realizar conversas bilaterais com representantes do governo americano, buscando fortalecer as relações entre Brasil e EUA.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, Haddad declarou: “Há uma expectativa de algumas conversas bilaterais nesses encontros”. Ele mencionou a proximidade estabelecida desde o encontro na ONU, junto ao telefonema recente entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Esse diálogo, que durou cerca de 30 minutos, abre espaço para novas interações com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent.
Sobre a agenda de contatos, o ministro ressaltou que ainda não confirmou se o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, estaria disponível para se reunir com o chanceler Mauro Vieira antes da viagem. Ele destacou a iniciativa dos dois presidentes em “virar essa página equivocada”, referindo-se aos últimos dois meses turbulentos nas relações bilaterais.
Haddad não poupou críticas ao que considera um “tarifaço” imposto pelos EUA sobre as importações brasileiras. Ele enfatizou que a América do Sul, e particularmente o Brasil, é a única região deficitária na relação comercial com os Estados Unidos. “Existem inúmeras oportunidades de investimento, especialmente em setores como transformação ecológica e terras raras. É possível estabelecer uma agenda de ganha-ganha no continente, e estamos determinados a superar essa fase negativa”, afirmou.
O ministro ainda comentou sobre a escolha de Rubio como interlocutor dos Estados Unidos, afirmando que isso não afetará a estratégia de negociação do Brasil. “Estamos confiantes em nossos argumentos e acreditamos que eles se farão valer. O Itamaraty possui uma equipe altamente qualificada, e nossa diplomacia está preparada para lidar com isso”, afirmou Haddad.
Por último, enfatizou que as medidas restritivas também afetaram os Estados Unidos, que estão pagando mais por produtos como café e carne. “Essas ações têm causado mais prejuízos do que benefícios para os EUA”, concluiu.
A expectativa é que essa viagem fomente um novo capítulo nas relações entre os países, abrindo novas oportunidades de diálogo e cooperação que beneficiem ambas as nações.
Imagem Redação
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