Receitas Incertas e Descontrole Financeiro: O Caminho do Governo em Direção ao Abismo
Especialistas alertam sobre os riscos da recente liberação de R$ 20,6 bilhões do Orçamento, anunciada pela equipe econômica do governo. Essa decisão, tomada sem garantir a certeza das receitas, pode fazer com que as contas do país fiquem em risco.
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, critica a escolha do governo, afirmando que a liberação é um erro. Ele destaca que a decisão foi fundamentada em expectativas de receitas incertas, elevando o perigo de comprometer a saúde fiscal do país.
Salto ressalta que a atual abordagem do governo, que utiliza níveis inferiores como referência para contingenciamento, não é sustentável. A liberação dos recursos sem a certeza de receitas está colocando as finanças públicas em uma situação vulnerável.
Tiago Sbardelotto, economista da XP Investimentos, descreve as previsões de arrecadação do governo como excessivamente otimistas. Ele menciona a expectativa de R$ 16 bilhões provenientes de áreas de petróleo ainda não contratadas, mas enfatiza que a efetivação desses recursos é demorada e incerta.
Gabriel Barros, economista-chefe da ARX, complementa essa perspectiva, afirmando que o verdadeiro impacto financeiro só será visível após o leilão de petróleo no final do ano. Isto implica que as receitas projetadas podem não se concretizar, aumentando o risco de contingenciamentos futuros.
A incerteza nas receitas recorrentes, ligadas à atividade econômica, gera preocupação com uma possível desaceleração. O governo terá que reconsiderar seus gastos se a economia não mostrar sinais de recuperação.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, também critica a liberação de recursos baseada em previsões não garantidas, lembrando que ajustes fiscais com base em receitas extraordinárias são uma prática antiga e arriscada.
Gastos Obrigatórios e Descontrole no BPC: Uma Tempestade à Vista
Além dos riscos associados às receitas incertas, Barros aponta a falta de clareza em relação às despesas obrigatórias. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) está em situação crítica, enquanto os gastos da Previdência estão temporariamente contidos. Porém, essa situação pode gerar uma pressão crescente, que resultará em problemas financeiros a partir de 2026.
Imagem Redação.
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