Novo Filme de Terror “GOAT” Revoluciona o Gênero com Abordagem Única
O mês de outubro, conhecido por suas estreias aterrorizantes, traz um novo contender ao gênero: “GOAT”. Com um olhar fresco e surpreendente, o filme promete desafiar as convenções do terror tradicional, apresentando-se como uma obra que vai além do meramente assustador.
Na última quinta-feira (2), “GOAT” estreou nos cinemas brasileiros, elevando a expectativa com sua proposta inovadora. O título, cuja sigla representa “Greatest Of All Time” – um termo utilizado para designar os melhores atletas de todos os tempos – nos transporta ao universo do futebol americano. O filme explora a pressão que os atletas enfrentam em busca da excelência, subvertendo as expectativas comuns ao gênero.
A narrativa gira em torno de Cameron Cade, interpretado por Tyriq Withers, um quarterback promissor que se vê em uma encruzilhada após um ataque que quase encerra sua carreira. A oportunidade surge de forma inesperada quando seu ídolo, o veterano Isaiah White (Marlon Wayans), oferece-lhe um treinamento intensivo em um ginásio isolado. No entanto, à medida que a história avança, Cameron começa a descobrir um lado obscuro e inquietante na preparação que lhe foi proposta.
Os desempenhos no filme são um dos pontos altos, com Marlon Wayans entregando uma performance sólida e intensa, longe de suas habituais comédias. Sua interpretação sombria traz um frescor ao personagem, o que surpreende o público acostumado a vê-lo em papéis cômicos.
Tyriq Withers, por sua vez, contrabalança a força de Wayans com um desempenho que, embora menos explosivo, é igualmente convincente. A presença excêntrica de Julia Fox, embora limitada em tela, também se destaca, contribuindo para a atmosfera única da produção.
A estética do longa é outro fator que merece destaque. A direção de arte e a fotografia se entrelaçam para criar um visual épico que homenageia referências renascentistas e neoclássicas. Essa abordagem não apenas embeleza, mas também instiga reflexões sobre o culto à personalidade que envolve os atletas como ícones de força e beleza.
No entanto, apesar de seu enredo promissor e de uma execução repleta de simbolismo, o filme encontra dificuldades em manter a coesão. Embora busque se distanciar do convencional, a narrativa se vê saturada por metáforas que, em vez de enriquecer, acabam tornando a mensagem confusa. A divisão em capítulos, embora tenha a intenção de clarear ideias, resulta em uma explicação praticamente didática que pode afastar o espectador.
Outro aspecto a ser considerado é a marketing do filme, que gira em torno do nome de Jordan Peele. Apesar de ser o produtor, Peele não tem participação criativa direta, levando a uma desilusão para aqueles que buscam a assinatura distinta do cineasta de “Corra” e “Nós”. O filme, embora ressoe alguns elementos de seu estilo, é uma obra distinta, apresentando-se como uma experiência única.
Em última análise, “GOAT” é uma proposta ousada que leva o público a uma viagem perturbadora pelos meandros da masculinidade tóxica, sacrifício e ambição desenfreada, tudo tingido de sangue e violência. Com um tom surrealista, o filme certamente deixará uma marca indelével na mente dos espectadores.
Para aqueles que desejam uma experiência cinematográfica fora do comum, “GOAT” é uma escolha imperdível neste Halloween. Uma obra que não se limita ao entretenimento, mas que também provoca reflexões profundas sobre o preço do sucesso e o que significa realmente ser o “melhor de todos os tempos”.
Imagem Redação
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