Festival Curicaca: Evento Internacional Promove Inovação e Sustentabilidade em Brasília

Mais de 100 mil pessoas de diversas partes do Brasil se reúnem em Brasília (DF) para o Festival Curicaca, um evento internacional dedicado a discutir inovação, sustentabilidade e o futuro da indústria brasileira. Os visitantes poderão explorar 180 estandes, que apresentam trabalhos de professores e alunos de instituições federais, universidades e redes de educação básica. O acesso ao festival é gratuito, proporcionando uma oportunidade única de aprendizado e interação.

A abertura do festival ocorreu nesta terça-feira (7/10) e contou com a presença de autoridades importantes, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro da Educação, Camilo Santana; e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Também participaram da cerimônia a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves, e a reitora do Instituto Federal de Brasília (IFB), Veruska Machado.

Durante a cerimônia de abertura, Alckmin enfatizou a necessidade urgente de investimento em inovação para agregar valor à produção nacional. Um exemplo impactante que ele trouxe foi o uso de uma membrana de coração de porco como substituto da válvula aórtica humana, o que ajuda a controlar o fluxo sanguíneo de maneira eficaz.

“Um quilo de carne de porco custa cerca de R$ 20, enquanto uma válvula aórtica pode custar R$ 60 mil. Isso exemplifica como a tecnologia pode transformar a indústria”, destacou o vice-presidente, ressaltando a importância da colaboração entre universidades, institutos de pesquisa e o setor produtivo para o avanço da inovação no Brasil.

Idealizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o festival é apresentado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, por meio da Lei de Incentivo Cultural. A iniciativa conta com a parceria de várias entidades do setor produtivo, o que amplia seu alcance e impacto.

De acordo com Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, o festival não se resume a palestras e debates. “Os participantes poderão vivenciar experiências imersivas únicas. Além disso, grandes shows à noite prometem criar momentos inesquecíveis para todos”, afirmou.

Inovações com Impacto Real em Debate

No primeiro dia do festival, as discussões foram intensas, com o tema “O Brasil que inova — empresas brasileiras que estão liderando a inovação com impacto real” sendo destacado. Especialistas como Lucas Ramalho, secretário adjunto de Economia Verde, e CEOs de empresas inovadoras compartilharam suas experiências.

Lucas Ramalho explicou que o governo tem implementado uma reorganização dos órgãos públicos com foco na criação de um ambiente favorável para negócios de impacto. Ele mencionou que, desde a formação do Sistema Nacional de Economia de Impacto, houve avanço significativo na integração das ações públicas e privadas, resultando em mais de R$ 250 milhões investidos em iniciativas sustentáveis.

Guilhermo Queiroz, CEO da Biosolvit, compartilhou os desafios enfrentados pela empresa no acesso a mercados e na captação de investimentos. “Iniciamos nossa trajetória com a recuperação de fibras vegetais e desenvolvemos inovações sustentáveis a partir disso. As dificuldades existem, mas estamos progredindo”, afirmou.

Outra voz influente foi Wal Flor, que destacou a riqueza da criatividade brasileira, frequentemente subutilizada. “Essa criatividade é um ativo valioso em um país com uma megabiodiversidade como a nossa”, refletiu.

Soluções Inovadoras e Sustentáveis

Ao longo do festival, alunos e professores apresentam projetos disruptivos que abordam diversos problemas. Um notável exemplo é um projeto de inteligência artificial voltado para o diagnóstico e tratamento de câncer de colo do útero e mama. Pedro Henrique de Santana, mestrando do Instituto Federal do Piauí, mostrou como a tecnologia desenvolvida em parceria com outros estudantes está revolucionando o campo da saúde.

“Com essa tecnologia, temos a capacidade de oferecer diagnósticos mais precisos e personalizados, ajudando os médicos a entenderem melhor a evolução do câncer em suas pacientes”, explicou Pedro.

Outro projeto inovador apresentado por Ingridy Silva, estudante de desenvolvimento de sistemas, utilizou banners descartados de eventos locais para criar novos produtos. “Estamos transformando o que seria lixo em um novo valor, promovendo a consciência ambiental e valorizando a cultura local”, destacou.

Educação e Ciência de Forma Lúdica

Andressa Mendonça, professora da UnB, trouxe para o festival a proposta de um spin-off que visa despertar o interesse científico em crianças e jovens. O projeto utiliza experimentos práticos para engajar os estudantes e desenvolver habilidades essenciais, como criatividade e resiliência.

Por sua vez, Ícaro Ramasses apresentou uma demonstração da Bobina de Tesla, que ilustrou como a eletricidade pode ser transmitida sem fios. Essa experiência despertou grande curiosidade no público, mostrando o potencial de inovações tecnológicas.

Com atividades que vão até sábado (11/10) na Arena BRB Mané Garrincha, o Festival Curicaca promete inspirar, educar e impactar a sociedade brasileira em temas críticos para o futuro.

Imagem Redação