Família Nepalesa Luta pela Liberação de Estudante Sequestrado em Israel Há Dois Anos
Há quase dois anos, a vida da família Joshi, no Nepal, está marcada pela angústia e incerteza. Eles se questionam constantemente sobre a vida e segurança de Bipin Joshi, um estudante nepalês sequestrado pelo Hamas em um assentamento no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023. A distância não diminui a dor; pelo contrário, intensifica o desespero da família, que luta para mantê-lo presente na lembrança do mundo.
A história de Bipin é emblemática em um cenário que já é complexo por si só. Enquanto seus entes queridos enfrentam turbulências políticas em seu país, eles decidiram mobilizar uma campanha internacional por sua libertação. No entanto, a crise da governança no Nepal complicou ainda mais os esforços para obter apoio e atenção para o caso. O governo nepalês, em meio a protestos anticorrupção, enfrenta dificuldades severas para se estruturar novamente, e a diplomacia em prol de Bipin parece emperrada.
Informações recentes revelam que o Ministério das Relações Exteriores do Nepal, antes ativo na busca por Joshi, agora opera em um estado de crise. De acordo com avaliações, aproximadamente 75% dos edifícios do governo federal foram danificados durante os tumultos, o que resultou em um impacto direto nas operações essenciais, incluindo aquelas relacionadas ao caso do estudante sequestrado.
Em declarações emocionantes, Padma Joshi, mãe de Bipin, expressou sua preocupação e fé em seu retorno. “Todos os dias, rezo a Deus pela sua proteção. Meu filho é um estudante inocente, e não se envolve nessa guerra. Faço um apelo ao Hamas para libertá-lo,” disse ela, revelando a dor que teve que suportar nos últimos meses.
A história de Bipin se torna ainda mais triste quando se considera que ele havia se mudado para Israel com apenas 23 anos, buscando estudar e contribuir em um kibutz próximo à fronteira com Gaza. Menos de três semanas após seu desembarque, a vida dele tomou um rumo trágico quando homens armados invadiram o local onde ele estava e o sequestraram.
Desde o sequestro, as informações sobre o paradeiro de Joshi têm sido quase inexistentes. Uma única gravação foi divulgada, mostrando alguém que parecia ser ele em Gaza. Contudo, os últimos momentos de expectativa vieram quando o Hamas divulgou uma foto de reféns, incluindo Bipin, pedindo ao mundo que se despedisse. A ausência do seu nome na lista de reféns vivos mencionada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nas Nações Unidas, não só trouxe mais incerteza, mas também acendeu um clamor por ação e atenção à situação.
A família não se contentou em viver em incerteza. Desde o sequestro, realizaram viagens contínuas a Katmandu para pressionar as autoridades governamentais a negociar com países do Oriente Médio, visando estabelecer um canal de comunicação com o Hamas. Recentemente, a mãe e a irmã de Joshi estiveram em Israel e em Nova York, onde trouxeram seu apelo à atenção global, em uma tentativa desesperada de resgatar o estudante.
Cada dia que passa é permeado de esperança, mas também de receio. A irmã de Bipin, Pushpa, de apenas 18 anos, descreve como muitos sonhos de família estão colocados em espera. “Acreditamos que ele voltará em breve”, disse ela, trazendo um vislumbre de luz em meio à tristeza. Em suas palavras, ela revela a simplicidade e pureza do amor familiar: dançar novamente em seu quarto, viajar juntos e aproveitar os pequenos momentos que foram tirados deles.
As mensagens que Pushpa envia para Bipin pelo WhatsApp caem no silêncio, mas a jovem não desiste. “Olá, meu irmão, onde você está? Sinto tanto a sua falta”, escreve, na esperança de que sua voz chegue além das barreiras que o sequestrador impôs.
Bipin era um jovem apaixonado pelo futebol, gentil e criativo. Seus poemas, um testemunho de seu espírito artístico e sua conexão com a família, foram recuperados e traduzidos. “Mãe, seu filhinho cresceu tanto, / Mas ainda corro para seus braços quando caio”, ele escreveu, mostrando a profundidade de seu amor e saudade.
A luta da família Joshi pelo retorno de Bipin exemplifica a dor de muitos em situações similares, em um mundo que constantemente enfrenta conflitos e separações. Enquanto os dias passam, a mobilização contínua deles deve agir como um chamado para a comunidade internacional, lembrando que cada vida importa, e que o amor familiar é uma força poderosa, mesmo nas adversidades.
Imagem Redação
Postar comentário