Múmia de Ötzi Revela Novos Mistérios sobre Nossas Raízes Genéticas
Pesquisadores investigaram o DNA de 15 indivíduos dos Alpes italianos da Idade do Cobre para compará-los com a famosa múmia Ötzi, também conhecida como o “Homem de Gelo”. Os resultados indicam que Ötzi poderia ter uma origem distinta de seus contemporâneos, levantando questões sobre a possibilidade de que sua linhagem materna tenha se extinguido.
Descoberta em 1991, próximo ao monte Similaun, na fronteira entre Áustria e Itália, a múmia Ötzi se tornou objeto de estudo ao longo de três décadas. Cientistas especularam sobre sua aparência, suas causas de morte e a origem das 61 tatuagens em seu corpo. Cada pesquisa revela mais sobre a complexa história humana.
Um novo estudo, publicado na revista Nature Communications, analisou o genoma de 47 indivíduos datados entre o Mesolítico e a Idade do Bronze Médio. O objetivo era entender como a estrutura genética dos grupos humanos nos Alpes se transformou ao longo do tempo.
Com base em uma pesquisa anterior que identificou a ascendência de Ötzi como a de fazendeiros da Anatólia, os cientistas buscaram saber se os 15 habitantes dos Alpes que viveram na mesma época compartilhavam esse traço genético.
Linhagem Materna de Ötzi: Uma Questão de Extinção?
Os dados obtidos mostram que a grande maioria dos habitantes alpinos tinha ancestralidade relacionada a fazendeiros da Anatólia, o que representa cerca de 80% a 90% da população. Esse grupo também exibia uma estrutura genética e ancestralidade bastante similar.
Além disso, os pesquisadores traçaram o caminho genético dos indivíduos, revelando que todos os homens analisados compartilhavam características genéticas com populações pré-históricas da Alemanha e França. No entanto, a linhagem materna se apresentou de forma mais diversa, sugerindo que as mulheres podem ter se unido a um grupo restrito de homens.
Diferenciando-se de seus contemporâneos, Ötzi mostrou uma linhagem paterna dispersa e uma maternal ainda não correspondida nos registros, o que sugere sua singularidade. Sincronamente, a falta de parentesco materno apontada pelos cientistas levanta a hipótese de que sua linhagem pode estar extinta.
“É possível que o Homem de Gelo pertença a um grupo distinto de agricultores, mas essa confirmação depende de mais dados sobre indivíduos neolíticos da Anatólia e do norte da Itália”, alertou uma das pesquisadoras do Instituto de Estudos de Múmias em Bolzano.
Novas Revelações sobre a Aparência do Homem de Gelo
Pesquisas anteriores já indicavam que Ötzi teria pele escura e olhos castanhos, apresentando também problemas de saúde como intolerância à lactose. Contudo, estudos de equivalentes da mesma época ampliaram a discussão sobre sua aparência.
Agora, surgem novas informações que sugerem que os habitantes dos Alpes também compartilhavam essas características físicas, revelando que em suas análises eram igualmente intolerantes à lactose, corroborando a ideia de uma ancestralidade comum.
A importância deste novo estudo não pode ser subestimada: ele amplia significativamente o entendimento sobre a vida humana nos Alpes há cinco mil anos, revelando dimensões inéditas da nossa história genética.
Imagem Redação.
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