Brasil Precisa de Inovação Para Aumentar Protagonismo Global
Investimentos em ciência e tecnologia são essenciais para produtos com maior valor agregado, colaborando para uma balança comercial mais forte.
Publicado em 01/08/2025, 13:52
O Brasil, conhecido por seu papel destacado como um dos maiores exportadores de commodities do mundo — como soja, minério de ferro, petróleo e café — já mostrou que pode brilhar na balança comercial. Porém, o potencial do país é ainda maior e está pronto para ser explorado!
O modelo econômico que prioriza bens primários e de baixo valor agregado não é mais suficiente para garantir um crescimento sustentável, a criação de empregos qualificados e um espaço de destaque no cenário global. O futuro pertence àqueles que investem em tecnologia e inovação como motores do desenvolvimento.
Nações como Estados Unidos, Alemanha, China, Japão e Coreia do Sul já perceberam isso e estão escrevendo suas histórias de sucesso, baseadas na exportação de conhecimento através de produtos duráveis, eletrônicos, máquinas de ponta e serviços inovadores. Nesses países, a inovação é uma estratégia cuidadosamente planejada e incentivada por políticas públicas consistentes.
Apesar de contar com exemplos de sucesso, como a Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios. A Embraer se destacou pela engenharia de alta qualidade, capacitação técnica e investimentos em pesquisa. Da mesma forma, a Embrapa transformou a agricultura tropical, colocando o Brasil na liderança da exportação agropecuária.
Infelizmente, o Brasil ocupa a 64ª posição no Índice Global de Inovação (IGI). Mesmo sendo o 28º em gastos com pesquisa e desenvolvimento, ainda há um caminho longo a percorrer para que esse investimento se traduza em resultados tangíveis. A nação ainda fica atrás de outros países da América Latina, como o Chile, em áreas como Produtos de Conhecimento e Tecnologia e Produtos Criativos. Essa diferença se deve a questões como a falta de mão de obra qualificada, insegurança jurídica, burocracia e infraestrutura deficiente.
A boa notícia é que existem alicerces sólidos para promover essa mudança. Setores como agroindústria, energia, biotecnologia e digital já mostram excelência e potencial transformador. O que é necessário agora é escalar essas iniciativas, aliadas a uma vontade política firme. É fundamental que políticas públicas incentivem startups, ampliem o acesso ao crédito, protejam a propriedade intelectual e impulsionem a formação de engenheiros, cientistas e programadores. Estreitar os laços entre universidades, centros de pesquisa e o mercado é vital para a transformação do conhecimento em produtos e soluções.
Aposta em tecnologia é imprescindível para desenvolver o mercado interno e diversificar as exportações brasileiras. Produtos de maior valor agregado não somente geram receitas mais altas, como também diminuem a vulnerabilidade do Brasil a variações nos preços das commodities. Com inovação, o país pode acessar mercados mais exigentes e se posicionar como um exportador de inteligência, ao invés de apenas matéria-prima.
É o momento de abandonar o modelo primário-exportador e focar em um futuro movido pela criatividade, ciência e tecnologia. Exemplos de sucesso estão à vista; agora é hora de transformá-los em políticas de Estado. Com inovação, é possível criar empregos qualificados, aumentar a produtividade, expandir as exportações e garantir um desenvolvimento econômico que promova inclusão e competitividade global. Afinal, um país que deseja se destacar deve ir além de simplesmente exportar recursos naturais — ele deve exportar seu talento e conhecimento.
Imagem Redação
Postar comentário