Ciência destaca a interconexão entre mudanças climáticas e saúde pública, afirma Paulo Artaxo

A Urgente Interseção entre Saúde e Mudanças Climáticas na COP30

Às vésperas da COP30, a Conferência do Clima que será realizada em Belém, um dos físicos mais renomados do Brasil, Paulo Artaxo, se destaca na luta por um foco maior nos impactos da saúde nas discussões climáticas. Artaxo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro ativo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), tem dedicado sua carreira a aprofundar os estudos sobre poluição atmosférica, queimadas e desmatamento — fatores centrais na emissão de CO2 no Brasil.

O cientista é uma das vozes proeminentes que advogam para que os documentos da COP30 considerem objetivamente a saúde pública nas negociações climáticas. “Os impactos na saúde são indissociáveis do debate climático”, enfatizou Artaxo durante uma entrevista. Essa conexão entre problemas ambientais e de saúde é vital, especialmente numa época em que os extremos climáticos aumentam em frequência e severidade.

Artaxo será um dos palestrantes principais no Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), marcado para o dia 16 de outubro. Em sua palestra, ele abordará conhecimentos essenciais sobre como a crise climática impacta a saúde da população, ressaltando a necessidade de que médicos e profissionais de saúde estejam cientes dessas interrelações.

O professor destaca que a questão climática é profundamente ligada à saúde pública em múltiplas frentes. O aumento da temperatura global, as mudanças nos padrões de doenças e os riscos crescentes para a população, especialmente os idosos com doenças cardiovasculares, são preocupações que não podem ser ignoradas. Os eventos climáticos extremos impactam diretamente a capacidade dos sistemas de saúde de atender a população vulnerável, exigindo mudanças estruturais urgentes.

No contexto brasileiro, a situação é ainda mais alarmante, uma vez que o país está situado em uma região tropical e, portanto, é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas. Um aumento médio de temperatura de 3°C terá impactos devastadores nas cidades brasileiras, muito diferentes do que ocorreria em países temperados como a Suécia ou os Estados Unidos. A necessidade de adaptação ao novo clima torna-se imprescindível e deve ser abordada com a maior urgência possível.

O impacto das chuvas extremas também é uma preocupação significativa. Artaxo menciona deslizamentos de terra e enchentes que têm devastado cidades como Petrópolis e Porto Alegre. Estes fenômenos tipificam como o sistema de saúde nacional está despreparado para lidar com situações adversas. A intensificação da chuva em um contexto onde os serviços de saúde não estão adaptados expõe a fragilidade do sistema frente aos desafios climáticos.

A COP30 se destaca como um espaço para discutir a adaptação climática, mas é vital que a reorganização do sistema de saúde não seja relegada a um segundo plano. A construção de hospitais em áreas seguras e a formação de profissionais da saúde para lidar com novas realidades climáticas são exemplos de medidas necessárias para garantir a resiliência do sistema.

Artaxo também chama a atenção para o combate às queimadas, uma prática criminosa e quase onipresente que agrava a qualidade do ar e, por consequência, a saúde pública. Com a maioria das queimadas sendo ilegais, a urgência em combatê-las é ainda maior, já que muitos brasileiros enfrentam consequências severas devido a essa questão de saúde pública.

A mitigação das emissões de CO2 também requer atenção dentro do setor de saúde. Estabelecer políticas efetivas para reduzir as emissões poluentes é uma tarefa que deve ser levada a sério por instituições de saúde e governo. O monitoramento das emissões de gases de efeito estufa já é uma prática conhecida, mas a implementação de ações concretas para minimizar esses impactos ainda é insuficiente.

A COP30 representa uma oportunidade única para avançar na agenda que une saúde e clima, algo que muitos países, inclusive o Brasil, já reconhecem como essencial. O compromisso de se trabalhar em conjunto para mitigar os gases do efeito estufa e lidar com as questões de saúde pública decorrentes dessas emissões é crucial e deve ser uma prioridade internacional.

Artaxo também se mostra alarmado com a evidência de que a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C pode já não ser alcançável. Com dados de 2024 mostrando uma média de 1,55°C, a urgência de agir para reduzir as emissões se torna ainda mais premente. “Independentemente da meta, precisamos eliminar a geração de gases de efeito estufa, especialmente os derivados de combustíveis fósseis”, alerta o pesquisador.

A convergência entre saúde e mudanças climáticas é inegável e exige um compromisso coletivo, onde a ciência, a saúde pública e as políticas ambientais caminham lado a lado em busca de um futuro sustentável.

Imagem Redação

Abilenio Sued

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