Em um movimento estratégico para preparar as novas gerações para os desafios do futuro, a Cidade do Saber deu início, nesta segunda-feira (6), a um projeto educacional de impacto: a Oficina de Scratch. Mais do que uma simples atividade extracurricular, a iniciativa representa um portal de entrada para o universo digital, situando crianças de 8 a 12 anos na vanguarda do pensamento computacional. Realizada no moderno Laboratório Maker, a oficina utiliza uma metodologia lúdica e acessível, baseada em blocos de montar digitais, que capacita os jovens alunos a criarem suas primeiras animações e jogos, transformando-os de meros consumidores em produtores de tecnologia.
A ação é uma iniciativa da Secretaria de Cultura (Secult), que reconhece a linguagem digital como competência fundamental no século XXI. Em entrevista, a coordenadora do laboratório, Ana Nery, detalhou a visão por trás do projeto. “A oficina de Scratch é uma imersão em programação em blocos, desenhada para apresentar às crianças um ambiente lúdico e intuitivo. Elas saem da abstração do prompt de comando, daquelas linhas de texto, e passam a compreender a lógica por trás delas por meio de blocos visuais que facilitam e aceleram o aprendizado”, explicou Nery, reforçando o compromisso de longo prazo: “Temos a proposta de ofertar e realizar essas oficinas mensalmente, assegurando um fluxo contínuo de capacitação
A urgência em formar esses jovens talentos é clara. Com uma carga horária intensiva, o curso é composto por três encontros críticos, sempre às segundas-feiras, com as próximas sessões marcadas para os dias 13 e 20 de outubro. Para atender a demanda e garantir um aprendizado personalizado, foram abertas turmas nos períodos matutino (9h às 11h) e vespertino (14h às 16h). É crucial destacar que a oficina foi concebida com um firme compromisso com a inclusão digital, sendo inteiramente acessível para crianças com deficiência (PCD), assegurando que nenhum talento seja deixado para trás nessa corrida essencial pelo conhecimento.
A condução pedagógica está a cargo de monitores especializados, como Rodrigo Carvalho, que detalha a metodologia progressiva e imersiva. “A plataforma Scratch permite ensinar programação de maneira intuitiva, através da organização sequencial de blocos. Este primeiro dia foi o contato inicial, onde estabelecemos os fundamentos da lógica e dos algoritmos com exemplos tangíveis do cotidiano”, explicou Carvalho. “Nas próximas etapas, evoluiremos rapidamente, guiando-os na construção de um jogo próprio. O objetivo é um aprofundamento contínuo e acelerado, tanto no domínio da plataforma quanto nos conceitos fundamentais da programação.”
O impacto da iniciativa já é perceptível no entusiasmo dos primeiros alunos. Catarina Dias Sousa, de 10 anos, a única menina da turma inaugural, enxerga a oficina como um investimento crucial em seu próprio amanhã. “Eu gostei muito. É algo bom de se fazer, algo que inclui no seu futuro. Como eu já gostei bastante do curso de robótica, pedi muito ao meu pai para fazer este. Tem muito ensinamento”, compartilhou a estudante, que já vislumbra a possibilidade de criar seus próprios jogos, quebrando barreiras em um campo ainda majoritariamente masculino.
Para outros, como o jovem Tiago José da Silva Ventura, também de 10 anos, a oficina é o combustível para uma paixão já existente. “Eu tenho interesse em robótica desde que entrei no mundo da informática, depois que ganhei um tablet e comecei a jogar e assistir vídeos. A partir daí, meu interesse pela criação de games e sites só cresceu”, declarou, animado. Sua fala ilustra como a oficina atende a uma demanda genuína da nova geração, que busca ferramentas para evoluir da curiosidade para a criação.
O investimento na infraestrutura do Laboratório Maker evidencia a prioridade dada a este projeto formativo. Este ano, a sala foi ampliada e recebeu um significativo aporte de novos equipamentos e mobiliário do Governo do Estado. E o plano é ainda mais ambicioso: há previsão da chegada de mais recursos tecnológicos nos próximos meses, uma expansão que irá, literalmente, multiplicar a capacidade de formação de jovens programadores e ampliar radicalmente a oferta de cursos especializados
E a ofensiva educacional da Cidade do Saber não para. Já na quarta-feira (8), tem início outra frente de batalha pelo letramento tecnológico: a Oficina de Robótica Criativa com LEGO. Seguindo o mesmo modelo de imersão, com encontros nos dias 15 e 22 de outubro, a atividade complementa o ensino de programação com a aplicação física e tangível dos conceitos, fechando um ciclo virtuoso de aprendizado que posiciona o município na linha de frente da educação moderna e necessária. A mensagem é clara: a janela de oportunidade para capacitar a próxima geração está aberta, e a Cidade do Saber está garantindo que suas crianças não apenas entrem por ela, mas saibam construir o que há do outro lado.
Imagem Juliano Sarraf
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