Sociedade Brasileira de Hansenologia Participará de Fórum Internacional em 2025 para Combater a Hanseníase
A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) foi oficialmente convidada a integrar o Fórum de Cúpula sobre Prevenção e Controle da Hanseníase, programado para ocorrer entre os dias 1º e 5 de dezembro de 2025, em Nanjing, na China. Este evento reunirá especialistas e profissionais de saúde de destaque mundial, que se dedicarão à elaboração de soluções inovadoras para o enfrentamento da hanseníase.
O convite foi estendido ao presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, que, nos últimos anos, tem contribuído com treinamentos para a capacitação de profissionais de saúde na China. Frade liderará a delegação brasileira, que incluirá renomados hansenologistas, como Claudio Guedes Salgado, de Belém (PA), e Helena Barbosa Lugão, de Ribeirão Preto (SP). O grupo também contará com a participação de representantes do Ministério da Saúde do Brasil, George Jo Bezerra Sousa e Jurema Guerrieri Brandão, todos convocados pela SBH.
Em declaração, o presidente da SBH ressaltou a importância da participação no fórum: “Esta cúpula nos permitirá compartilhar experiências e avanços do Brasil no controle da hanseníase, fortalecer a cooperação internacional e buscar novas abordagens para lidar com a doença como um problema de saúde pública.”
Brasil Enfrenta Desafio com Alta Taxa de Detecção
Atualmente, o Brasil possui a maior taxa de detecção de hanseníase do mundo, apresentando um cenário preocupante. Apesar dos avanços, a SBH tem chamado a atenção para uma endemia oculta em território nacional, com muitos brasileiros ainda sem diagnóstico ou tratamento adequado. “São milhares de pessoas ainda transmitindo e sofrendo com a doença, o que agrava o desafio que enfrentamos no país,” afirmou Frade. Anualmente, mais de 20.000 novos casos são diagnosticados no Brasil, uma queda significativa em relação aos 30.000 registrados antes da pandemia de COVID-19. O presidente enfatiza a urgência de um esforço concentrado para alcançar novamente os níveis de diagnóstico anteriores a 2020.
O fórum na China terá como foco a troca de conhecimento em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase, e promoverá a colaboração entre países que historicamente enfrentam a doença. A presença da delegação brasileira destacará o Brasil como uma referência em vigilância, diagnóstico e gestão de políticas públicas voltadas à hanseníase. Pesquisas realizadas no país têm gerado soluções inovadoras que também serão apresentadas na cúpula, oferecendo uma oportunidade ímpar de estabelecer parcerias estratégicas e discutir políticas de saúde que impactam globalmente.
Ações de Conscientização e Campanha “Todos contra a Hanseníase”
Desde 2015, a SBH promove a campanha educativa “Todos contra a Hanseníase”, com especial ênfase no mês de janeiro, conhecido como Janeiro Roxo, que é dedicado à conscientização sobre a doença. Com presença em diversos meios de comunicação, como televisão e painéis rodoviários, a campanha tem como objetivo informar e educar a população sobre os riscos e cuidados necessários para prevenir a hanseníase. Esse projeto, de baixo custo e altamente replicável, tem se mostrado uma referência que pode ser seguida por outros países que ainda lutam contra a doença.
Congresso Mundial de Hansenologia terá Sede no Brasil em 2027
Outra conquista significativa para o Brasil é a escolha do país como sede da próxima edição do Congresso Mundial de Hansenologia, que ocorrerá em 2027. Além disso, no próximo mês, a SBH estará realizando o maior evento sobre hansenologia das Américas: o Congresso Brasileiro de Hansenologia, que acontecerá em Foz do Iguaçu, de 25 a 28 deste mês. Este evento será uma oportunidade valiosa para reunir especialistas, discutir avanços e planejar novas estratégias no enfrentamento da hanseníase, reforçando o compromisso do Brasil com a saúde pública e a luta contra essa enfermidade histórica.
A mobilização e o engajamento de todos os setores da sociedade são imprescindíveis para reverter o panorama atual da hanseníase no Brasil. O desafio é enorme, mas com medidas efetivas e colaboração internacional, a perspectiva de controlar e eventualmente eliminar a doença como um problema de saúde pública torna-se mais viável.
Imagem Redação
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