A Saúde no Brasil: Avanços e Desafios Revelados em Novo Relatório
Nos últimos sete anos, o Brasil registrou um aumento significativo na percepção da qualidade da saúde, com uma variação positiva de 15 pontos percentuais. Em 2018, apenas 18% dos entrevistados consideravam o atendimento bom ou excelente. Este número, no entanto, saltou para 34% em 2025, de acordo com dados do Ipsos Health Service Report. Apesar do crescimento no reconhecimento da qualidade, a confiança em melhorias futuras no sistema de saúde caiu de 61% para 57%, evidenciando uma insatisfação que persiste. Impressionantemente, 80% da população acredita que a maioria dos brasileiros não tem condições de acessar uma assistência à saúde adequada.
O estudo do Ipsos também revelou uma desigualdade na percepção do atendimento médico. Apenas 29% dos brasileiros acreditam que todos têm acesso ao mesmo padrão de cuidados, uma melhora em relação aos 18% registrados em 2018. Essa disparidade evidencia o ainda presente abismo entre diferentes grupos no que diz respeito ao acesso e qualidade dos serviços de saúde.
Entre os problemas mais apontados pelos brasileiros estão os longos tempos de espera para atendimento (43%) e a carência de investimentos na saúde (39%). Além disso, a saúde mental se destaca como um dos maiores dilemas enfrentados pelo país, sendo citada por 52% dos entrevistados. Outras preocupações incluem o câncer, estresse, obesidade e uso de substâncias, que também figuram entre os principais desafios à saúde pública.
A pesquisa também trouxe à tona o conhecimento elevado sobre medicamentos GLP-1, como Ozempic e Wegovy, com 58% dos brasileiros afirmando estar familiarizados com esses tratamentos, que auxiliam no controle do açúcar e na perda de peso. Este número é significativamente superior à média global de 36%, mostrando um número crescente de pessoas informadas sobre opções de tratamento. Curiosamente, a maior fonte de conhecimento sobre esses medicamentos no Brasil vem das mídias sociais, com 54% dos entrevistados reconhecendo esse canal como o principal na busca por informações.
Em relação às vacinas, a confiança é alta: 70% dos brasileiros acreditam que a vacinação contra doenças graves deveria ser obrigatória, posicionando o país entre os cinco com maior concordância em nível global. No entanto, a automedicação é uma prática comum, com 73% dos brasileiros admitindo ter tomado medicamentos sem a consulta a um profissional de saúde, colocando o Brasil na terceira posição entre os países pesquisados.
A saúde mental emergiu como a principal preocupação de saúde dos brasileiros, citada por 52% da população, uma elevação considerável em comparação aos 18% de 2018. Esse problema afeta especialmente as mulheres, com 60% delas relatando preocupações nesse aspecto, em comparação com 44% dos homens. As diferenças etárias também são notáveis; 60% da Geração Z aponta a saúde mental como uma prioridade, em contraste com 40% dos Baby Boomers.
Além disso, o Brasil ocupa a quinta posição entre os países onde a população se sente mais estressada, com 31% dos entrevistados admitindo ter dificuldade em lidar com as pressões do cotidiano, enquanto 39% relataram sofrimento dessa natureza em várias ocasiões.
A coleta de dados para o Ipsos Health Service Report envolveu 23.172 adultos em países como Índia, Canadá, e Estados Unidos, entre outros. A amostra brasileira contou com aproximadamente 1.000 indivíduos, garantindo uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais. As informações obtidas são cruciais para compreender as percepções e necessidades da população em relação ao sistema de saúde.
O Ipsos Health Service Report revela, portanto, não apenas os avanços na avaliação da saúde no Brasil, mas também os desafios persistentes que requerem a atenção das autoridades e profissionais do setor. A população brasileira anseia por melhorias significativas, e a busca por um atendimento mais equitativo e eficaz é uma prioridade que não pode ser ignorada.
Imagem Redação
Postar comentário