Urgente: Pacientes com Câncer de Mama Protestam por Acesso a Tratamentos no SUS
Brasília, 9 de outubro — Um grupo de pacientes oncológicas, junto com representantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), realizou uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, clamando por acesso imediato a tratamentos para câncer de mama em estágio avançado e metastático. Essas medicações já estão aprovadas, mas permanecem indisponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A Coordenadora de Comunicação da Femama, Mely Paredes, destacou a urgência da situação, enfatizando que o objetivo da mobilização é pressionar o Ministério a garantir os medicamentos que já fazem parte do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas de Câncer de Mama (PCDT Rosa), publicado em dezembro do ano passado.
Sistema de Saúde em Alerta
Mely explicou que o protocolo é fundamental para padronizar e regulamentar todas as opções de tratamento disponíveis para o câncer de mama. Muitas medicações, que foram incorporadas ao SUS em 2021 e 2022, ainda não chegam aos pacientes devido à falta de regulamentação.
A manifestação faz parte da campanha “PCDT Rosa: quantos passos faltam?”, que simboliza a luta pelo acesso a medicamentos. A proposta é retratar o tempo de espera pela disponibilização dessas terapias como uma série de passos dados por essas mulheres.
Seis Meses de Espera
Em 5 de junho, seis meses após a publicação do PCDT, muitas pacientes ainda não têm acesso a tratamentos adequados, recebendo opções limitadas nas unidades de saúde. Essas condições inadequadas levantam um alerta sobre a vida e a saúde das pacientes.
Protocolo Não Se Concretiza
O Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para câncer de mama foi promulgado em dezembro de 2024, com a missão de otimizar o acesso a diagnósticos e tratamentos. No entanto, muitas mulheres em tratamento oncológico através do SUS ainda carecem de acesso aos novos medicamentos, comprometendo assim sua qualidade de vida e chances de sobrevivência.
Dado Alarmante
Os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, anualmente, aproximadamente 74 mil novos casos de câncer de mama surgem no Brasil. Com cerca de 75% da população dependendo do SUS, a situação se torna ainda mais crítica.
Histórias que Marcam
Cintia Cerqueira, 49 anos, diagnosticada em 2018 com câncer de mama que evoluiu para metástase, ilustra a luta enfrentada por muitas. Após passar por várias cirurgias e sessões de radioterapia, Cintia recorreu à Justiça para garantir acesso a medicamentos essenciais, enfrentando longos períodos de espera.
Apelo por Justiça e Acesso
Cintia expressou a dor de saber que tratamentos eficazes estão disponíveis, mas fora de seu alcance. “Dói mais que o câncer saber que existe um medicamento que pode te dar vida, mas que você não tem acesso”, desabafou. Sua frase ressoa como um grito pela equidade no tratamento, essencial para aqueles que enfrentam estágios mais avançados da doença.
A luta por um sistema de saúde mais justo e acessível continua. As pacientes exigem respeito ao direito ao tratamento adequado, e a sociedade não pode se calar diante dessa necessidade urgente.
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