Zelda Williams Pede Fim de Vídeos de Robin Williams Gerados por IA
Zelda Williams, filha do icônico comediante Robin Williams e diretora do filme “Lisa Frankenstein”, fez um apelo claro e contundente: que os fãs cessem o envio de vídeos gerados por inteligência artificial do seu pai. A manifestação, realizada pela sua conta no Instagram, ocorreu na última terça-feira, 7 de outubro. Robin Williams faleceu em 2014, aos 63 anos, deixando um legado imenso no mundo do entretenimento, que atualmente está sendo desafiado pela tecnologia.
Em sua declaração, Zelda expressou sua frustração e descontentamento com a prática, deixando claro que não deseja receber esses conteúdos. “Por favor, parem de me enviar vídeos de IA do papai. Isso não é algo que eu quero ver ou que vai me interessar. Se a intenção é me provocar, eu já vi coisas piores e vou bloquear quem insistir. Por favor, se você tem alguma humanidade, cesse com isso. É uma ofensa tanto para mim quanto para ele”, desabafou. Essa mensagem reflete a preocupação de Zelda em preservar a memória e a dignidade de seu pai.
Criticando a maneira como as recriações digitais tratam o legado artístico, Zelda declarou que assistir a tais reduções é profundamente frustrante. “É enlouquecedor ver os legados de pessoas reais serem tratados como se fossem meros produtos. Essas imitações vagas que se dizem representações dele não fazem jus ao que realmente era”, pontuou. A indignação da diretora é um chamado à reflexão sobre o respeito necessário ao lembrar de figuras tão influentes na cultura.
Zelda também questionou a qualidade artística desses vídeos. “O que você está criando não é arte. É uma versão processada e grotesca da vida de seres humanos e sua contribuição para a cultura. Empurrar esses conteúdos de maneira massificada é abominável”, acrescentou, enfatizando a falta de autenticidade que permeia as produções geradas por IA. Essa crítica acentuada destaca a superficialidade da tendência, que ignora as complexidades e nuances que definem verdadeiras obras de arte.
Rebatendo a noção de que essas tecnologias representam um avanço no entretenimento, Zelda alertou: “Parem de rotular isso como ‘o futuro’. A inteligência artificial está apenas reciclado o passado, transformando-o em um produto para reconsumo. É um ciclo vicioso que não contribui em nada”. A analogia feita por Zelda, comparando esses conteúdos ao “Centopeia Humana de conteúdo”, revela a gravidade que ela atribui a essa questão, sugerindo que a experiência do público está se tornando cada vez mais um entretenimento superficial e ameaçador.
Em 2023, durante a greve do SAG-AFTRA, Zelda já havia manifestado sua oposição ao uso de IA em recriações de atores falecidos. Na ocasião, o sindicato incluiu o tema como uma questão importante a ser discutida nas negociações em andamento. “Não sou neutra nesta luta. Eu tenho testemunhado, na pele, as tentativas de treinar modelos para recriar a presença de atores que não podem consentir, como meu pai. Essa é uma realidade muito séria”, afirmou anteriormente em seu Instagram.
Além disso, Zelda compartilhou suas experiências pessoais e preocupações relacionadas ao uso inadequado da voz de seu pai por meio da tecnologia. “Já ouvi inteligência artificial simulando sua ‘voz’ para dizer coisas que não concordo, e embora isso me incomode profundamente, as implicações vão muito além do meu desconforto”, relatou. Essa revelação ressalta o impacto potencial que a tecnologia pode ter sobre a imagem e a voz de uma pessoa, mesmo após sua morte.
O alerta de Zelda Williams sobre a utilização indevida de inteligência artificial para recriar o legado de artistas como seu pai é um apelo urgente à preservação da memória e da dignidade. Neste cenário crescente de recriações digitais, é fundamental refletir sobre o papel da tecnologia na arte e no respeito às contribuições dos que nos deixaram. A indignação de Zelda serve como um lembrete poderoso sobre a necessidade de abordar questões éticas que envolvem a memória e a identidade de pessoas que moldaram o mundo do entretenimento.
Imagem Redação
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