I Corrida do Dia da Árvore Celebra 45 Anos do Bosque de Pesquisa em Belterra
Em Belterra, Pará, a trilha do Bosque de Pesquisa da Embrapa ganhou novos significados durante a realização da “I Corrida do Dia da Árvore”. O evento, realizado em 21 de setembro, não apenas comemorou os 45 anos de pesquisa em silvicultura, mas também uniu a comunidade em uma celebração do meio ambiente e da corrida.
Uma Trilha de Descobertas
A competição foi marcada pela diversidade de nomes das trilhas, como Curva da Castanha e Túnel das Tatajubas, que guiaram mais de cem corredores por um percurso desafiador em meio à natureza exuberante. O Bosque de Pesquisa ocupa uma extensão de 96 hectares, onde ao longo de cinco décadas, cerca de 40 experimentos foram realizados, focando no desenvolvimento e potencial de espécies nativas e exóticas. Esse espaço verde se tornou um verdadeiro oásis em uma região fortemente impactada pelo agronegócio e pela urbanização.
Do Passado à Riqueza Florestal
Historicamente, o solo do Bosque abrigava um plantio de seringueiras, resultante de um projeto que não prosperou da Ford na década de 1930. Desde então, a área se transformou através de experimentos que buscavam entender como cultivar espécies florestais em um ambiente desafiador. “Realizamos testes com diversas espécies e manejos que nos ajudaram a compreender o melhor modo de plantar na região”, afirma Lucas Mazzei, líder do projeto Silvicultura de Espécies Nativas no Campo Experimental de Belterra.
Dinâmica da Floresta e Espécies Nativas
Atualmente, a floresta é em sua maioria resultado de plantios, mas também contém elementos de regeneração natural. As pesquisas em andamento têm se focado em entender quais espécies se adaptaram e prosperaram, como o ingá e o parapará, que emergiram mesmo sem serem parte das árvores originalmente plantadas. Em contraste, espécies como eucalipto não conseguiram sobreviver, sucumbindo à competição das nativas.
Perspectivas de Pesquisa
O projeto de pesquisa avançou com um cuidadoso inventário florestal, onde foram identificadas espécies que potencialmente servirão como matrizes para a coleta de sementes. O próximo passo envolve o estudo das fases de vida das plantas, com o apoio da engenheira florestal Jéssica Medeiros. “Essas informações são essenciais para planejar a coleta de sementes para futuras plantações,” explica ela.
Futuro Verde e Inovador
Os últimos passos do projeto incluem a análise do sub-bosque, que abriga sementes e jovens árvores, e atividades de inventário de vida silvestre. O projeto Silvicultura de Espécies Nativas é financiado pelo Programa de Pesquisa & Desenvolvimento em Silvicultura, uma iniciativa que visa promover avançadas soluções científicas e melhores práticas para a preservação e manejo da flora nacional.
Um Encontro entre Comunidade e Natureza
O evento em si apresentou mais do que uma corrida. Ao longo da competição, os participantes também puderam explorar uma exposição de sementes e frutos, ampliando a conscientização sobre a biodiversidade local e as pesquisas em curso. Segundo Emerson Souza, coordenador do evento, a corrida não só atraiu corredores, mas proporcionou à comunidade um entendimento mais profundo do valor do Bosque. “Estamos ansiosos para realizações ainda maiores no próximo ano,” acrescenta.
Conexão com a Natureza
Raimundo Souza e Marta Ferreira se destacaram como os vencedores nas categorias masculina e feminina, respectivamente. Para Marta, a experiência foi única: “Correr entre as árvores e respirar o ar puro foi revitalizante; é uma forma extraordinária de nos conectarmos com a natureza.”
Parceria e Sustentabilidade
A Prefeitura Municipal de Belterra também esteve presente, oferecendo apoio logístico e doando mudas de açaizeiro aos participantes, ressaltando a importância da cooperação entre diferentes setores na promoção de um futuro sustentável.
Um Legado Duradouro
A “I Corrida do Dia da Árvore” destaca a urgente relação entre a pesquisa científica, a preservação ambiental e a valorização do esporte na saúde comunitária. À medida que o Bosque de Pesquisa continua a evoluir, ele promete ser um pilar fundamental não só para as iniciativas de conservação, mas também para o fortalecimento dos laços entre a natureza e a sociedade.
Imagem Redação
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