Fernando Cavalcanti Solicita Silêncio em Meio a Acusações de Negócios Suspeitos por Parlamentares

Empresário Declara Silêncio em Depoimento à CPMI do INSS

Na última segunda-feira (6), durante a audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti optou por fazer uso de seu direito ao silêncio. Essa decisão veio após responder parcialmente às perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). A escolha de se calar diante de grande parte das indagações levantou questionamentos sobre as razões que o levaram a essa postura.

Cavalcanti mencionou estar em um “processo de desassociação” do advogado Nelson Wilians, que já prestou depoimento à CPMI como um dos alvos da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal. Esta operação investiga um esquema complexo de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS. Entre os bens apreendidos de Wilians, destacam-se uma Ferrari, uma réplica de um carro de Fórmula 1, relógios de luxo e quantias expressivas de dinheiro, o que acrescenta camadas de gravidade às investigações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, concedeu a Cavalcanti um habeas corpus preventivo, que o isentou de responder a novas perguntas. Sob orientação de seu advogado, o empresário declarou esse direito antes das indagações do deputado Rogério Correia (PT-MG). Ao responder, ele reafirmou: “Eu permaneceria calado, me utilizando do dispositivo que tenho do meu habeas corpus. Tudo que eu tinha para falar na Polícia Federal e no STF já foi exaurido”.

Um dos pontos que gerou debate durante a audiência foi o tema das movimentações financeiras suspeitas em um “escritório que movimenta milhões”, além das doações de Cavalcanti a campanhas políticas de diversas legendas. Correia expressou sua perplexidade ao notar a ausência de prisão para Cavalcanti e Wilians, enquanto outros investigados como Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti estão detidos.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) também questionou as diversas transferências financeiras identificadas entre os envolvidos. Ele ressaltou que Wilians havia declarado à CPMI não ter participação nas fraudes previdenciárias. Em tom provocativo, o senador questionou: “Se ele não é o culpado, então, quem seria o responsável, Fernando?” Sua indagação foi ecoada por outros parlamentares, que expressaram a certeza de que existia uma rede de corrupção intricada ligada à Ambec, a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos.

O senador Marcos Rogério (PL-RO) fez questão de destacar que Cavalcanti admitiu receber pagamentos por clientes que levava ao escritório de Wilians, insinuando que sua verdadeira atividade seria a de um lobista. A revelação suscitou desconfiança sobre o envolvimento do empresário com empresas de apostas online, e Rogério não hesitou em caracterizá-lo como o verdadeiro chefe das operações no escritório investigado.

O deputado Alencar Santana (PT-SP) trouxe à luz possíveis vínculos entre Izalci e Cavalcanti, junto com Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que foi preso em flagrante pela CPMI. Santana insinuou que essas interações podem estar ligadas à tramitação da Medida Provisória 871/2019, que afetou diretamente a revalidação anual de cadastros de aposentados, supostamente promovendo um esquema de corrupção.

Reforçando a urgência da situação, Santana afirmou: “Todos aqui, nós temos que chegar à verdade, em respeito às pessoas que foram lesadas, roubadas, ao povo brasileiro que acompanha esta CPMI e merece uma resposta objetiva e verdadeira”.

Em contraposição, Izalci defendeu sua posição, alegando ser alvo de ataques injustificados por parte de indivíduos sem credibilidade. Ele demonstrou disposição em colaborar com as investigações, rebatendo as acusações e enfatizando que seu foco é desenterrar a verdade sobre a corrupção que ronda o serviço público.

A CPMI, sob a liderança do relator Alfredo Gaspar, intensificou a crítica à Conafer, tratando sua atuação de maneira contundente, e propôs convocar novamente seus representantes para esclarecer os vínculos suspeitos entre a organização e membros do governo.

O desdobramento dessas investigações revela a complexidade e a gravidade do escândalo, que tem o potencial de atingir altos escalões do poder público e expor um esquema de fraudes que prejudica milhares de cidadãos. A luta por justiça continua, e todos os olhares estão voltados para a CPMI, à medida que novas revelações prometem emergir em breve.


Imagem Redação

Abilenio Sued

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