A Economia dos EUA: Crescimento Apesar de Desafios
A economia dos Estados Unidos apresenta uma resiliência impressionante neste ano, mesmo diante das incertezas geradas por políticas protecionistas e pelas ameaças de interferência na autonomia do banco central por parte do ex-presidente Donald Trump. A capacidade de superação da economia norte-americana destaca-se, trazendo esperança em tempos conturbados.
Nos primeiros seis meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou um crescimento anualizado de 1,2%, refletindo uma desaceleração em comparação com os 2,8% de 2024. As decisões controversas do atual governo têm contribuído para essa mudança de ritmo, embora uma certa perda de velocidade já fosse esperada em um ciclo econômico maduro.
A inflação, que deve alcançar 3% em 2025, será impulsionada pelas tarifas comerciais, afetando o poder de compra das famílias. Essa situação é preocupante, pois é razoável prever que as altas taxas de tarifas comerciais possam levar a ineficiências e à diminuição da competitividade dos produtos norte-americanos no mercado global a médio prazo.
Outro aspecto crítico que demanda atenção são as restrições à imigração, que têm impactado diretamente o mercado de trabalho. Nos últimos três meses, a geração de empregos ficou em apenas 29 mil vagas mensais, um número alarmante que indica a necessidade de repensar as políticas atuais. Apesar desse cenário, não há indícios claros de uma recessão iminente.
Na verdade, os dados mais recentes apontam para um crescimento próximo de 2% na segunda metade do ano, impulsionado por investimentos robustos em tecnologia, especialmente na área de inteligência artificial. Tais aportes têm abrangido desde a infraestrutura de semicondutores até a geração de energia, destacando um futuro promissor para esse setor estratégico.
Com grande competitividade em tecnologia, os Estados Unidos dominam aproximadamente 75% da capacidade de processamento digital global, consolidando sua posição como líder no setor. Esse otimismo crescente tem elevado os preços das ações de empresas de tecnologia, atraindo investimentos estrangeiros e ampliando a riqueza das famílias americanas, ainda que de maneira desigual.
Em conclusão, a desaceleração no mercado de trabalho chama a atenção da Reserva Federal (Fed), que está avaliando o impacto das tarifas sobre a inflação como um fenômeno temporário. Recentemente, a autoridade monetária iniciou um ciclo de cortes nas taxas de juros, previsto para durar até meados de 2026. Além disso, a redução de impostos no próximo ano poderá proporcionar um impulso econômico, permitindo que o crescimento se mantenha em torno de 2%, mesmo diante das turbulências.
No entanto, os riscos à frente são substanciais. A desconfiança em relação a Trump afeta o valor do dólar, e o aumento de quase 50% no preço do ouro sinaliza que os investidores estão buscando segurança em ativos que não confiam mais na moeda americana. Nomeações questionáveis para a liderança do Fed também poderiam trazer consequências desastrosas para a economia.
Por fim, a insistência de Trump em suas políticas não demonstra sinais de recuo. Em recente conversa com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, não houve qualquer promessa de redução nas tarifas direcionadas ao Brasil. Mesmo que a economia americana se mantenha robusta por enquanto, as consequências das políticas populistas e interventoras podem ser desafiadoras de prever em um futuro próximo.
Imagem Redação
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