Urgente: O Desafio do Abandono e do Tráfico de Animais no Brasil
No dia 4 de outubro, comemoramos o Dia Mundial dos Animais, uma oportunidade crucial para refletirmos sobre a relação entre os seres humanos e as diversas espécies que habitam nosso planeta. Apesar dos significativos avanços em políticas públicas e campanhas de adoção, o Brasil ainda enfrenta desafios alarmantes. O abandono de animais domésticos e o tráfico de espécies silvestres emergem como problemas críticos que exigem atenção imediata.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 30 milhões de cães e gatos estão em situação de rua no Brasil, uma realidade triste que reflete o abandono e a ausência de políticas eficazes para controle populacional. Em Campinas, por exemplo, dados divulgados pela ONG SOS Animal e pela prefeitura local indicam que mais de 20 mil cães e gatos vivem abandonados nas ruas da cidade. Essa questão se agrava durante períodos festivos e após as férias escolares, quando muitas famílias optam por desistir de seus animais.
“O abandono é uma questão de saúde pública e de responsabilidade social. Animais em situação de rua enfrentam fome, maus-tratos e podem transmitir doenças. Portanto, é essencial que a adoção ocorra de forma consciente”, explica o coordenador do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, Thiago Fernandes. Essa realidade reforça urgência em abordar o abandono como uma questão de cidadania e empatia.
Além do abandono, o tráfico de animais silvestres representa uma das maiores ameaças à biodiversidade global. Dados da INTERPOL e da ONU Meio Ambiente revelam que o comércio ilegal de vida selvagem movimenta entre US$ 7 bilhões e US$ 23 bilhões anualmente, posicionando-se como o quarto maior tráfico ilegal do mundo, atrás apenas do comércio de drogas, armas e seres humanos.
No Brasil, é alarmante a estimativa de que cerca de 38 milhões de animais silvestres sejam retirados da natureza a cada ano, conforme dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). Poucos desses animais são resgatados em operações de defesa da fauna, e muitos morrem antes mesmo de serem transportados a seus destinos. Este cenário exige ações imediatas e eficazes para a preservação das nossas espécies.
“Adquirir um animal silvestre de forma ilegal não é apenas uma escolha inconsiderada. Para cada animal que sobrevive a esse comércio, aproximadamente 10 morrem durante a captura, transporte e venda. Isso contribui para a extinção de espécies e para a destruição de ecossistemas, além de criar riscos de transmissão de doenças para os humanos”, alerta o professor Thiago, reforçando a necessidade de uma conscientização abrangente.
Dada essa realidade preocupante, é crucial que a população tome medidas para proteger tanto os animais quanto a biodiversidade. Aqui estão algumas sugestões práticas:
-
Adote com Consciência: Antes de acolher um novo pet, avalie sua capacidade de cuidar dele em termos de tempo, espaço e recursos financeiros.
-
Denuncie Mau-Trato: Em casos de abuso ou comércio ilegal de animais, é fundamental que a população registre a ocorrência junto à Polícia Militar Ambiental (telefone 190) ou pelo Ibama (Linha Verde: 0800 61 8080).
-
Repudie a Compra de Animais Silvestres: Além de ser uma prática ilegal, adquirir esses animais contribui para a extinção das espécies.
-
Cuide da Saúde do Seu Pet: Leve seu animal regularmente ao médico veterinário, mantenha as vacinas em dia, forneça alimentação adequada e garanta passeios regulares.
-
Apoie ONGs Locais: Sua ajuda pode ser valiosa; contribua com doações, seja voluntário ou apadrinhe um animal.
RESUMO DOS DADOS
Abandono de Animais Domésticos:
- Estimativa mundial: 200 milhões de cães vivendo nas ruas (OMS, 2023).
- No Brasil: cerca de 30 milhões de cães e gatos abandonados (OMS/Abinpet, 2023).
- Em Campinas: mais de 20 mil cães e gatos abandonados (Prefeitura de Campinas/ONG SOS Animal, 2024).
Tráfico de Animais Silvestres:
- Mundo: movimentação anual de US$ 7 bilhões a US$ 23 bilhões, sendo o 4º maior comércio ilegal (ONU Meio Ambiente/INTERPOL, 2023).
- Brasil: cerca de 38 milhões de animais silvestres retirados da natureza anualmente (Renctas, 2023).
- Apreensões: menos de 1% dos animais traficados são recuperados vivos (Renctas).
A situação exigirá uma mobilização de toda a sociedade para garantir que a convivência entre humanos e animais seja mais harmoniosa e responsável. É hora de agir!
Imagem Redação
Postar comentário