Brasil e França Reforçam Cooperação na Saúde em Seminário Histórico em Fortaleza
A parceria histórica entre Brasil e França no setor de saúde recebeu um novo impulso na última quarta-feira (1º) com a abertura do 31º Seminário Técnico-Científico e da 9ª Jornada Científica da Agência Nacional de Pesquisa sobre HIV e Hepatites Virais – Doenças Infecciosas Emergentes (ANRS MIE) Brasil-França, realizado em Fortaleza, Ceará. Este encontro exemplar trouxe à mesma mesa pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e representantes de diversas organizações civis e internacionais, unidos em sua missão de discutir estratégias colaborativas para o enfrentamento do HIV/aids, hepatites virais, tuberculose, coinfecções e vigilância sanitária.
O evento teve o Ministério da Saúde do Brasil como protagonista, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), que enfatizou a relevância da cooperação internacional para lidar com desafios que transcendem fronteiras. “Este encontro reafirma nosso compromisso com a ciência e a colaboração global, essenciais para enfrentarmos os desafios de saúde que se avizinham”, declarou Mariângela Simão, secretária da SVSA, destacando a urgência em que se deve atuar.
Neste contexto, o seminário foi reconhecido como uma oportunidade ímpar para estreitar laços institucionais e estimular pesquisas conjuntas. Para Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, a colaboração internacional é fundamental para o progresso em áreas prioritárias. “A cooperação entre Brasil e França nos permite avançar em temas críticos, como o controle de infecções sexualmente transmissíveis e o aumento do acesso a tratamentos inovadores”, enfatizou, sinalizando a importância de ações coordenadas.
Além dos debates sobre infecções transmissíveis, os participantes também abordaram os impactos das mudanças climáticas e da mobilidade populacional na dinâmica das doenças, assim como estratégias para garantir o acesso equitativo à prevenção e tratamento adequado. Segundo Draurio Barreira, a troca de experiências foi crucial para aprimorar as respostas do sistema de saúde brasileiro. “Compartilhar evidências científicas e práticas exitosas é vital para construirmos ações mais robustas e integradas às necessidades da população”, acrescentou, destacando a importância da colaboração entre países.
Mariângela Simão, por sua vez, pontuou que a ciência deve ser encarada não apenas como a geração de conhecimento, mas como um poderoso instrumento de solidariedade e transformação social. “Cooperar é a única maneira de avançarmos em direção a sistemas de saúde mais resilientes e inclusivos, capazes de proteger vidas diante das crises atuais e futuras”, ressaltou, reforçando a necessidade de ação coletiva.
Nos três dias de seminário e jornada científica, foram abordados temas de suma importância, como inovações tecnológicas para diagnóstico e tratamento de HIV, tuberculose, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis. As novas abordagens para a atenção à população migrante, políticas públicas para a eliminação dessas doenças e o papel da sociedade civil no enfrentamento dos agravos também estiveram em pauta. Adicionalmente, o evento incluiu debates sobre o financiamento da pesquisa, oportunidades para jovens pesquisadores e os desafios que as doenças infecciosas emergentes representam, especialmente na Amazônia e na fronteira com a Guiana Francesa.
Esta colaboração internacional não só representa uma chance de troca de conhecimentos valiosos, mas também reafirma a determinação de ambos os países na luta contra as doenças que afligem suas populações. Com um futuro cheio de desafios e incertezas na área da saúde global, eventos como este se tornam essenciais para a construção de estratégias que visem não apenas a cura, mas também a prevenção efetiva e a promoção da saúde de maneira global.
Imagem Redação
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