Conflito Comercial: São Paulo Resiste à Interferência Americana
Uma manifestação intensa ocorreu nesta sexta-feira (18) na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, visando repudiar a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida inclui tarifas contra exportações brasileiras e a abertura de uma investigação comercial sobre o Brasil, relacionada a alegações de pirataria e venda de produtos falsificados.
O ato foi promovido pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). Os manifestantes criticaram não apenas as tarifas, mas também os ataques de Trump ao sistema financeiro brasileiro, como o Pix.
Com faixas e cartazes que exclamavam “Brasil acima da mentira!” e “Emprego sim, chantagem não!”, sindicalistas e trabalhadores se reuniram em frente às lojas da área, clamando por reconhecimento e justiça. Cartazes com a imagem de Trump rotulada como “mentiroso” foram distribuídos em estações de metrô, buscando mobilizar não apenas os trabalhadores, mas também os consumidores que frequentam a região.
O presidente dos Estados Unidos anunciou tarifas que elevarão em 50% a taxação sobre produtos brasileiros a partir de agosto, enquanto pressiona por um encerramento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, decorrente da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Ameaça à Soberania Nacional
O SECSP argumenta que as ações de Trump configuram um ataque à soberania do Brasil. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) incluiu o país em um relatório que utiliza a Seção 301 da legislação comercial americana de 1974, permitindo a imposição de tarifas com base em práticas comerciais injustificáveis.
Ricardo Patah, presidente do SECSP e da UGT, denunciou a interferência americana como inaceitável nos assuntos internos do Brasil. “Representamos mais de 5 mil trabalhadores que não aceitam ser prejudicados por um lunático que quer interferir na nossa economia e na nossa democracia”, enfatizou.
Ele alertou que a postura de Trump representa um risco concreto para o emprego e a dignidade de famílias brasileiras. Patah acrescentou que os sindicatos estão prontos para enfrentar qualquer tentativa de desestabilização causada por chantagens externas, reafirmando que é o povo brasileiro quem deve decidir o futuro do país.
Mobilização em Massa
O protesto reuniu não apenas os comerciários, mas também representantes de diversas categorias, incluindo a CTB, Força Sindical, e outras entidades. A presença massiva de trabalhadores uniu forças em defesa da soberania nacional e denunciou as arbitrariedades das políticas do governo americano.
O SECSP destacou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos registraram um superávit de 410 bilhões de dólares na balança comercial com o Brasil, evidenciando que a relação comercial não apresenta desequilíbrios prejudiciais aos americanos.
Imagem: Redação
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