Urgente: Reformados da Chevron em Angola Demandam Revisão da Pensão de Aposentadoria
Os trabalhadores aposentados da petrolífera norte-americana Chevron em Angola estão enfrentando uma grave crise financeira, resultante da perda significativa do poder de compra. Atualmente, os reformados recebem entre 700 mil e 729 mil kwanzas, o que equivale a cerca de 650 a 680 euros. Este valor tem se mostrado insuficiente para atender às suas necessidades básicas, tornando a situação alarmante e necessitando de ação imediata.
Buscando solucionar suas preocupações, um grupo de ex-trabalhadores da Chevron criou recentemente a Associação dos Reformados, que já conta com mais de 50 integrantes. A iniciativa visa unificar as vozes dos aposentados e pressionar por melhorias urgentes nas condições de aposentadoria.
Em declarações feitas à imprensa, Humberto Baquissi, presidente executivo da nova associação, ressaltou a necessidade premente de revisar a política de pensões. Segundo ele, “fizemos uma grande contribuição para a Caixa Social e agora, reformados, é quase unânime que o que nos dão na reforma não é o que pretendemos receber.” Baquissi compara as disparidades nas pensões, destacando que tanto quem contribuiu com cinco mil kwanzas quanto quem fez uma contribuição de somente 500 kwanzas acabam recebendo quantias semelhantes ao se aposentarem, o que considera uma injustiça.
O presidente da associação lembrou que, em um período anterior, o montante estipulado para as aposentadorias era equivalente a 5 mil dólares. No entanto, o governo não atualizou a quantia em kwanzas de acordo com as flutuações da moeda, resultando em uma desvalorização significativa. “Agora, vamos trabalhar no sentido de sensibilizar e buscar o que realmente pretendemos: a melhoria das condições de aposentadoria,” afirmou.
Embora o governo angolano tenha prometido, no início deste ano, um aumento do valor pago mensalmente pela Segurança Social, nenhuma ação concreta foi implementada até o momento. Essa inação gera frustração e desconfiança entre os aposentados, que se sentem desamparados.
António Lopes, outro ex-trabalhador da Chevron, também expressou sua indignação com a atual situação. “Infelizmente, não há benefícios adicionais, como transporte, alimentação e seguro. Além disso, continuamos a arcar com certas taxas, como o IVA. Há muitos trabalhadores que acabam falecendo sem ter usufruído plenamente de suas pensões,” lamentou. Essa realidade reforça a urgência da reivindicação por melhorias nas pensões.
O analista Sebastião Binda se manifestou em apoio aos reformados, reconhecendo a gravidade da situação. “Muitos destes reformados ganhavam perto de cinco milhões de kwanzas. Como é possível que hoje nem um milhão consigam encontrar em suas contas? É um absurdo,” defendeu, enfatizando a necessidade de uma revisão imediata dessa realidade injusta.
A situação dos reformados da Chevron em Angola é um alerta não só para os envolvidos, mas também para a sociedade em geral e as autoridades governamentais. A revisão das pensões é um passo essencial não apenas para reparação de injustiças passadas, mas também para garantir dignidade aos cidadãos que dedicaram anos ao trabalho duro em uma das principais indústrias do país.
É fundamental que o governo angolano ouça e atenda a essas demandas, garantindo um futuro mais justo e seguro para os aposentados. A luta por melhores condições não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade urgente que não pode mais ser ignorada.
A associação e seus membros estão determinados a lutar por suas reivindicações, buscando sensibilizar a opinião pública e pressionar o governo por mudanças significativas. É um chamado à ação para todos os envolvidos na defesa dos direitos dos aposentados e uma oportunidade para que o governo mostre comprometimento com a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos.
Desta forma, a situação dos reformados da Chevron continua a evoluir, e a esperança é que, com a união e o esforço coletivo, um novo capítulo de dignidade e justiça seja escrito na história dessas valiosas vidas que tanto contribuíram para o desenvolvimento do país.
Imagem Redação
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