Pernambuco Registra Mais de 109 Mil Pequenos Negócios Entre Janeiro e Agosto de 2025
Em Pernambuco, o empreendedorismo está em alta. Nos primeiros oito meses de 2025, mais de 109,3 mil pequenos negócios foram abertos, o que representa um impressionante aumento de 36,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando 80,3 mil empresas foram formalizadas. Esses novos empreendimentos, que incluem microempresas e microempreendedores individuais (MEIs), são um pilar fundamental da economia local, responsáveis por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, de acordo com dados do Sebrae/PE.
Esses dados sublinham a importância dos pequenos negócios na estrutura econômica de Pernambuco. Atualmente, 94% das empresas que operam no estado são de pequeno porte, reforçando a previsão de celebração do Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, no próximo domingo (05 de outubro). Esta data, instituída pela Lei 9.841/1999, visa homenagear a legislação que regula e promove a abrangente categoria dos pequenos empreendedores.
A relevância desses empreendimentos vai além dos números. Segundo Murilo Guerra, superintendente do Sebrae/PE, celebrar o Dia da Micro e Pequena Empresa é essencial para reconhecer a contribuição vital desses negócios na economia e na cultura local. “Os pequenos negócios não apenas impulsionam a inovação e a competitividade, mas também desempenham um papel crucial na distribuição de renda e na inclusão social em nossa região,” afirma Guerra. Essa sinergia entre o empreendedorismo e a cultura local é fundamental para o desenvolvimento sustentável de Pernambuco.
Até agosto deste ano, Pernambuco contava com um total de 674,2 mil empresas, das quais 633,5 mil eram de pequeno porte. Os números revelam que mais de cem mil CNPJs foram registrados, demonstrando um crescimento significativo no empreendedorismo por oportunidade. Essa mudança é um sinal positivo de um ambiente de negócios mais favorável, que incentiva a inovação e gera oportunidades no mercado.
A pujante participação dos pequenos negócios no mercado de trabalho local também chama a atenção. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, entre janeiro e julho de 2025, eles foram responsáveis pela criação de 25,3 mil novas vagas formais, representando 81% do saldo de empregos no estado. As áreas de serviços e construção civil estão na vanguarda da geração de empregos, com mais de 14,2 mil e 5,2 mil novas oportunidades, respectivamente.
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) desempenham um papel cada vez mais proeminente na economia local, representando 58,6% do total de pessoas jurídicas em Pernambuco, com 368.163 registros. As microempresas seguem com 219.319 registros (34,6%) e as empresas de pequeno porte, com 46.029 (7,3%). Vários segmentos são destacados, como o varejo de moda, cabeleireiros e lanchonetes, que juntos somam mais de 99,5 mil estabelecimentos ativos. Também está em ascensão a área de logística, o que evidencia uma diversificação produtiva significativa.
Outro dado positivo deste ano é o aumento no volume de atendimentos realizados pelo Sebrae/PE. Informações preliminares indicam que foram feitos quase 1,9 milhão de atendimentos entre janeiro e setembro, um aumento de cerca de 60% em relação ao ano anterior. Isso reflete não apenas o compromisso da instituição em apoiar o empreendedorismo, mas também a expansão do acesso aos seus serviços em todas as regiões do estado.
No entanto, nem tudo são boas notícias. Apesar do crescimento no número de empresas, o cenário é desafiador. A taxa de mortalidade empresarial é alarmante, com 52% das empresas fechando as portas entre janeiro e agosto de 2025, totalizando 62,4 mil. Os MEIs lideram nesses fechamentos, evidenciando a fragilidade desse tipo de negócio em um mercado competitivo.
Sylvia Siqueira, economista do Sebrae/PE, observa que a diminuição da necessidade de empreendedorismo por conta da geração de empregos formais é uma evolução positiva. No entanto, o alto nível de juros e a inflação podem desestimular novos investimentos. As dificuldades enfrentadas pelos pequenos empresários são também uma realidade constante, que envolve gestão, custos elevados e adaptação a um mercado em constante mudança, impactando diretamente na longevidade dos negócios.
Ainda que o tempo médio de vida das empresas ativas em Pernambuco seja de 4,6 anos, o setor de comércio lidera os fechamentos, com 55,8% dos casos. No entanto, 81% dos empreendedores têm se mantido na mesma atividade por mais de dois anos, ligeiramente acima da média nacional, o que mostra que, apesar das dificuldades, muitos permanecem firmes em suas jornadas empreendedoras.
Essa combinação de crescimento significativo e desafios persistentes ilustra um panorama complexo e dinâmico do empreendedorismo em Pernambuco, uma história de resiliência e paixão por parte dos pequenos empreendedores que, diariamente, buscam deixar sua marca no mercado.
Imagem Redação
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