Brasil Responde: Lula Anuncia Taxação de Big Techs Americanas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (17), que o Brasil implementará uma taxação sobre as grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Ele enfatizou a soberania nacional ao afirmar: “Esse país só é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho desse país. A gente vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais”. Lula fez essa declaração em resposta às ameaças tarifárias de Donald Trump contra produtos brasileiros.
Especialistas indicam que a pressão exercida por essas grandes empresas digitais influenciou a decisão de Trump de aplicar tarifas. Em sua comunicação ao governo brasileiro, Trump mencionou “ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas”, além de alegações de “censura” que afetariam plataformas de redes sociais. A imposição de multas e a ameaça de expulsão do mercado brasileiro foram citadas como preocupações pelos EUA.
Durante um discurso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em Goiânia, Lula expressou sua intenção de proteger as crianças brasileiras das influências negativas das plataformas digitais. Ele afirmou: “Não aceitamos que, em nome da liberdade de expressão, as plataformas sejam usadas para promover agressões, disseminar mentiras ou fomentar ódio entre as crianças.”
As discussões sobre a responsabilidade das plataformas digitais em relação a conteúdos criminosos ganham força no Brasil, especialmente em casos de pedofilia, apologia à violência e outras formas de incitação ao crime. O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente determinou que as plataformas são diretamente responsáveis por postagens ilegais de usuários.
No último dia 9, Trump enviou uma carta ao presidente Lula, anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. O ex-presidente dos EUA justificou a medida citando a situação legal de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações no STF por tentativa de golpe de Estado.
Lula reafirmou sua posição em defesa da soberania nacional e propôs que a resposta ao tarifaço americano será a implementação da Lei de Reciprocidade Econômica, já regulamentada pelo governo federal. Além disso, o Brasil criou um comitê para negociar a taxação com o setor produtivo e as autoridades dos EUA.
O presidente destacou que o Brasil já buscava um diálogo com os EUA antes do aumento das tarifas. “Em 16 de maio, enviamos uma carta à equipe dos Estados Unidos, esperando um retorno, mas não recebemos resposta”, afirmou.
Em sua resposta à situação, Lula reforçou o compromisso do Brasil com a negociação civilizada, mas deixou claro que não tolerará intromissões nos assuntos internos do país. “Estou muito tranquilo. Eu sou um jogador de truco; quando alguém trucar, precisamos decidir. E eu estou jogando”, explicou, comprometendo-se a lutar pelo respeito à nação.
Lula destacou a importância do diálogo e da civilidade nas relações internacionais, afirmando que a vulnerabilidade do Brasil não será explorada por potências estrangeiras: “Um gringo não vai dar ordens a este presidente da República que é filho do Nordeste”, enfatizou.
Mobilização Estudantil em Goiânia
O congresso da UNE, intitulado “Da universidade às ruas: um canto de luta pelo Brasil”, ocorre até domingo (20) na Universidade Federal de Goiás (UFG), reunindo cerca de 10 mil estudantes. Lula convocou os jovens a se engajarem politicamente e a levarem discussões para fora das universidades.
“A participação de vocês é essencial para politizar a sociedade, evitando que ela seja enganada por mentirosos”, declarou Lula, enfatizando a necessidade de projetos que dialoguem com a juventude periférica.
No discurso, Lula alertou sobre a vulnerabilidade da juventude em relação às desinformações disseminadas nas redes sociais. “Se os jovens não estiverem atentos à luta contra a desinformação, podemos enfrentar consequências desastrosas nas eleições futuras”, avisou.
Durante o evento, uma carta lida pelos estudantes reforçou a educação como pilar essencial para a soberania e o desenvolvimento do Brasil. A UNE, junto com outras instituições estudantis, argumentou que é imperativo retomar o papel do Estado e aumentar os investimentos em educação para combater a extrema-direita e a desinformação.
“Estamos vivendo um momento singular, uma nova escalada da ofensiva imperialista. Diante das ameaças dos Estados Unidos, é nosso dever defender a soberania nacional”, acrescentaram os estudantes na carta.
O evento também marcou a sanção de um projeto de lei que amplia os recursos do Fundo Social para apoiar políticas assistenciais destinadas a estudantes da rede pública de educação superior e profissional.
Imagem Redação
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