Queda Acelerada nos Preços do Boi Gordos Ameaça o Setor Pecuário
A recente alta do adicional tarifário de 50% imposto pelos Estados Unidos a todos os produtos brasileiros agravou a já crescente baixa nos preços do boi gordo. Esse fenômeno, que vinha se manifestando nas últimas semanas, preocupa pecuaristas em todo o Brasil.
Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, prevê uma continuidade da queda de preços no curto prazo, com acentuadas desvalorizações observadas em estados como Rondônia, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A situação se torna ainda mais crítica à medida que as desvalorizações se intensificam.
A superabundância de animais confinados no mercado limita a capacidade de retenção dos pecuaristas. Iglesias aponta que os frigoríficos, em média, operam com escalas de abate confortáveis, girando entre oito a nove dias úteis, o que reforça a pressão sobre os preços.
Valores em Queda: Impacto nos Preços Regionais
- São Paulo: R$ 298,67 — ontem: R$ 300,42
- Goiás: R$ 281,43 — ontem: R$ 280,54
- Minas Gerais: R$ 284,41 — ontem: R$ 276,65
- Mato Grosso do Sul: R$ 297,73 — ontem: R$ 298,98
- Mato Grosso: R$ 298,92 — ontem: R$ 300,14
Mercado Atacadista Sob Pressão: Expectativas de Recuo nos Preços
No segmento atacadista, a realidade se mantém estável, mas os sinais são alarmantes. A expectativa é de uma retração adicional nos preços, impulsionada pela baixa demanda ao longo da segunda quinzena do mês.
Iglesias destaca que o frango continua a se mostrar mais competitivo em relação às demais proteínas de origem animal, colocando ainda mais pressão sobre o mercado de carne bovina.
Os preços atuais no atacado são os seguintes:
- Quarto traseiro: R$ 22,50 por quilo
- Dianteiro: R$ 18,75 por quilo
- Ponta de agulha: R$ 18,50 por quilo
Câmbio em Alta: Impacto Direto no Setor Econômico
O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,04%, sendo negociado a R$ 5,5609 para venda e a R$ 5,5589 para compra. Durante o dia, a moeda americana flutuou entre uma mínima de R$ 5,5408 e uma máxima de R$ 5,5943, sinalizando um clima de incerteza que pode agravar ainda mais a situação dos setores exportadores, incluindo o pecuário.
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