Urgência na Negociação: Governo Brasileiro Reage a Taxações dos EUA
O governo federal convoca setores da indústria e do agronegócio para uma reunião emergencial nesta terça-feira (15) para abordar a taxação de 50% que os Estados Unidos impuseram a produtos brasileiros. As discussões começam pela manhã com a indústria, e à tarde será a vez do agronegócio.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, enfatizou na abertura das reuniões que o governo buscará uma negociação calma, mas sem transgredir os limites dos demais poderes, respondendo às críticas do presidente Donald Trump sobre o Supremo Tribunal Federal (STF).
Alckmin classificou as medidas norte-americanas como inadequadas e fez um apelo à colaboração dos empresários brasileiros. “É vital que cada um de vocês contribua nas suas áreas específicas. O governo está comprometido em resolver essa questão e está aberto a ouvir suas sugestões”, afirmou.
Além de dialogar com empresários brasileiros, o governo também se reunirá com empresas americanas que mantêm relações comerciais com o Brasil. Alckmin ressaltou que a taxação excessiva encarece produtos e impacta negativamente as economias dos dois países, uma vez que existe uma relação de reciprocidade econômica inegável, em setores como o siderúrgico.
Lançamento do Comitê Interministerial
Essa ação integrará as atividades do recém-criado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que inclui os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Fazenda, Relações Exteriores e Casa Civil. Outras pastas foram convidadas a participar das reuniões.
Na última segunda-feira, Alckmin reiterou que negociações eram realizadas antes mesmo do anúncio das novas tarifas pelos Estados Unidos. “Em 16 de maio, enviamos uma proposta de negociação, que até agora não foi respondida. No dia do anúncio, já existiam reuniões em nível técnico”, declarou.
O vice-presidente manifestou o empenho do governo em revisar a taxação imposta pelo presidente Donald Trump, afirmando que as taxas são totalmente inadequadas e ressaltando que o Brasil não apresenta superávit com os Estados Unidos. “Das dez categorias de produtos que eles mais exportam, oito estão isentas de tarifas. Vamos trabalhar junto à iniciativa privada”, destacou.
O governo brasileiro ainda avalia quais medidas poderão ser adotadas caso os Estados Unidos mantenham a taxação programada para iniciar em 1º de agosto. A recém-aprovada lei de reciprocidade econômica, regulamentada pelo Congresso, servirá como uma diretriz para a atuação governamental.
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